Eliane Cantanhêde, colunista da Folha de S.Paulo
O
governo anuncia na próxima semana um programa de telefones fixos para
famílias e pessoas de baixa renda a R$ 9,50 por 90 minutos mensais. O
início é imediato.
Segundo o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, o objetivo é atender as cerca de 12,6 milhões de casas
beneficiadas pelo Bolsa Família, mais os aposentados rurais e os
cadastrados como deficientes.
O valor de R$ 9,50 prevê a isenção
do ICMS (imposto estadual), sob o argumento de que os Estados não terão
nenhuma perda de arrecadação, pois o público-alvo não é usuário
atualmente e, portanto, não paga nenhum imposto ou taxa em relação ao
serviço.
Na hipótese de Estados que, mesmo assim, não queiram
abrir mão do imposto, o preço final passará de R$ 9,50 para R$ 13,30. O
valor da assinatura básica é hoje de R$ 46, segundo Bernardo.
Quem
arca com a redução dos preços são as concessionárias, mas o presidente
da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), embaixador Ronaldo
Sardenberg, evitou dizer que elas estão "obrigadas" e usou de um
eufemismo diplomático:
"Digamos que houve uma adesão negociada".
A
proposta está em estudo desde o governo passado, foi aprovada pela
Anatel, passou por consulta pública, foi avalizada pelo Ministério das
Comunicações e será formalizada por meio de decreto da presidente Dilma
Rousseff, como parte do plano de universalização.
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