sábado, 5 de novembro de 2011

Mortes por acidentes crescem 186 por cento

No Rio Grande do Norte, 42% das mortes no trânsito ocorridas em 2010 envolviam motocicletas. Dos 588 óbitos registrados nas estradas que cortam o Estado nesse período, 249 foram de pessoas que guiavam ou pegavam carona nesse tipo de veículo. E mais grave: esses dados estão aumentando ano a ano. Entre 2002 e 2010, a quantidade de mortes por acidente com motos cresceu 186,2%, saltando de 87 para 249. As estatísticas foram divulgadas ontem  pelo Ministério da Saúde e são da base do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM).

Emanuel AmaralDos 588 óbitos registrados nas estradas que cortam o Estado em 2010, 249 foram de pessoas que guiavam ou pegavam carona em motocicletas. Em nove anos, número de mortes cresceu 186 por cento no RNDos 588 óbitos registrados nas estradas que cortam o Estado em 2010, 249 foram de pessoas que guiavam ou pegavam carona em motocicletas. Em nove anos, número de mortes cresceu 186 por cento no RN
A quantidade de mortes registradas no trânsito do Rio Grande do Norte preocupa mais quando comparadas com dados nacionais onde, em 2010, 25% dos óbitos  envolviam o veículo de duas rodas, ou seja, 17 pontos percentuais a menos que o índice registrado no RN. O crescimento dos acidentes fatais por motos no Brasil no período foi de 170% (16 pontos percentuais a menos que no RN). Entre 2002 e 2010, 40.610 pessoas foram vítimas fatais no trânsito do país.

EPIDEMIA

"Os números revelam que o país vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito", alerta o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele observa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil ocupa o quinto lugar em ocorrências como essas. "Estamos atrás apenas da Índia, China, EUA e Rússia", completa o ministro.

Entre as regiões, o maior percentual de aumento na quantidade de óbitos (entre 2002 e 2010) foi registrado no Norte (53%), seguido do Nordeste (48%), Centro-Oeste (22%), Sul (17%) e Sudeste (10%).

ATENDIMENTO

Além da perda das vidas, os acidentes de trânsito requer cada vez mais investimento em saúde pública. Em 2010, foram contabilizadas no Brasil 145 mil internações no SUS causadas por acidentes, 15% a mais do que em 2009. Isso representou um investimento de R$ 190 milhões só em procedimentos específicos no Sistema Único de Saúde (SUS). No período, houve um aumento de 8% no número de óbitos.

O ministro Alexandre Padilha explica que o problema só não é ainda maior porque as ações de ampliação das unidades de urgência e emergência, como as UPAs 24h (Unidades de Pronto Atendimento) e a expansão do Samu 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), vêm aumentando a proporção de vidas salvas, em relação aos óbitos.

Ministro defende maior fiscalização

Alexandre Padilha reforça a importância da prevenção e da fiscalização da Lei Seca, que reduziu drasticamente a tolerância da relação álcool e direção. "Houve uma redução de até 30% nas regiões que tiveram uma ação mais eficaz na fiscalização", disse. Ele reforçou que o Ministério da Saúde apoia projetos de lei em discussão no Congresso Nacional que aumentam a pena de motoristas que sejam identificados alcoolizados e a anulação de qualquer parâmetro mínimo de nível alcoólico ao volante. "Eu, como ministro da Saúde, defendo medidas que apertem a fiscalização sobre a Lei Seca, a direção alcoolizada, a segurança no trânsito e o uso de capacete e colete refletor por motociclistas", afirma.

TN

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