Morreu no domingo (15), por volta das 07h, uma das últimas reservas morais da política potiguar: o ex-prefeito de Caicó e ex-deputado estadual Manoel Torres de Araújo, de 93 anos.
Ele se recuperava de uma fratura no fêmur direito, após cirurgia realizada no último dia 16 de dezembro, mas teve seu quadro de saúde agravado, em decorrência de uma pneumonia. Seu Manoel já sofria há anos de problemas respiratórios, especialmente em virtude de uma bronquite crônica. Ele se encontrava internado na UTI do Hospital São Lucas, em Natal.
Biografia
Manoel Torres nasceu em Caicó, no dia 15 de fevereiro de 1918, filho de Paulino Batista Pereira Torres e Maria Marcolina de Oliveira Torres e com nove irmãos. Casou-se em 1942 com a natalense Oscarina de Oliveira Torres, que conheceu em Serra Caiada durante o trabalho como empresário.
Dessa união nasceram seis filhos: Ozelita (médica residente em São Paulo), Lígia (médica residente em Natal), Carlos Torres (Galileu) (assessor político), Manoel Torres Filho (agropecuarista), Jussara (enfermeira) e Marco Torres (Carrossel) (falecido). A ex-primeira-dama faleceu em novembro de 2008.
Trajetória política
Manoel Torres de Araújo fundou em 1945 ao lado dos irmãos, do monsenhor Walfredo Gurgel, do coronel Joel Dantas, de Plínio Saldanha e outros políticos da época o PSD (Partido Social Democrático), liderado no estado pelo senador George Avelino e por João Câmara.
Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1954 e reeleito nas duas legislaturas seguintes. Em 1968 disputou a prefeitura de Caicó e perdeu por 72 votos para o advogado Francisco de Assis Medeiros (Doutor Chiquinho).
Quatro anos depois voltou a disputar a prefeitura de Caicó e ganhou de Vivaldo Costa com uma maioria de 75 votos. Em 1988 aproveitando que o seu sistema adversário estava dividido com duas candidaturas, lançou-se candidato e ganhou a prefeitura novamente. A chefia do Executivo na época era disputada por Sílvio Santos (apoiado por Vivaldo Costa) e Francisco Pereira (apoiado por Irami Araújo).
Em 1994 foi indicado como suplente numa chapa que elegeu Geraldo Melo como senador, mas não foi prestigiado, não chegando a assumir em nenhum período o senado da República. Em 1996 perdeu a disputa pela prefeitura para Vivaldo Costa. Quatro anos depois foi candidato a vice-prefeito de Roberto Germano e ajudou a derrotar Vivaldo Costa.
Cabe destacar Manoel Torres de Araújo foi quatro vezes deputado estadual, duas vezes prefeito de Caicó (1973-1975 e 1989-1992), primeiro suplente de senador da República e ainda vice-prefeito de Roberto Germano. Na atuação parlamentar o destaque fica, dentre outras matérias, para os projetos que instituíram as emancipações políticas de São Fernando e Timbaúba dos Batistas.
Em entrevista à imprensa de Caicó, o
ministro da Previdência, Garibaldi Filho, emocionado citou a relação com
o ex-prefeito de Caicó, Manoel Torres, que tinha estreitos laços de
amizade com a família Alves. “Começou com Aluízio e terminou comigo e
Henrique”, lembrou.
“Ele empresário, tornou-se político por
amor a Caicó. E era um homem que constituía um exemplo para todos nós.
Manoel Torres era um homem, sobretudo, de compromisso, um homem de
caráter, um homem de bem, um homem que ocupou cargos importantes. E por
onde passou ele deixou esse legado, que jamais esqueceremos”, salientou
Garibaldi.
Por compromissos pessoais em Brasília,
Garibaldi não poderá comparecer ao sepultamento do ex-prefeito, mas
garantiu a presença do deputado federal Henrique Alves ao lado da
governadora Rosalba Ciarlini. “Manoel Torres é um daqueles homens que
não passa. É um homem que vai ficar no nosso coração e da nossa
memória”, concluiu.
O sepultamento acontece às 16h desta segunda-feira (16), no Cemitério Campo Jorge, após missa de corpo presente, no mesmo túmulo de sua esposa, Oscarina de Oliveira Torres.
O sepultamento acontece às 16h desta segunda-feira (16), no Cemitério Campo Jorge, após missa de corpo presente, no mesmo túmulo de sua esposa, Oscarina de Oliveira Torres.
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