Pacientes correm o risco de morrer no Hospital Walfredo Gurgel por falta
de anestésicos. Falta desde a substância anestésica comum usada para
realizar procedimentos simples até as mais completas, utilizadas em
cirurgia geral, segundo denúncia de médicos que atuam na unidade, que
reclamam do que chamam de "desabastecimento completo". Em contato com a
reportagem, o secretário estadual de saúde, Domício Arruda, admitiu a
falta de alguns tipos de anestésicos, mas disse que o problema seria
solucionado ainda ontem com a transferência das substâncias do estoque
de outras unidades.
Dentre os muitos problemas enfrentados, hospital sofre com a falta de anestésicos. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press |
O secretário admitiu, ainda, que o repasse da secretaria para o hospital, relativo a dezembro, está em atraso. O dinheiro, cerca de R$ 1 milhão, é utilizado também em compras emergenciais. "O repasse de dezembro será pago com a abertura do orçamento em fevereiro", diz o secretário. A ausência dos anestésicos também tem ocorrido, segundo Domício, devido ao aumento da demanda no hospital em dezembro e início de janeiro por causa da greve dos profissionais que integram a Cooperativa dos Médicos do Rio Grande do Norte (Coopmed/RN) e paralisaram suas atividades no dia 1º de dezembro de 2011.
Tomografia
Além dos anestésicos, o chefe do setor de neurocirurgia do Walfredo, Luciano Araújo, garante que faltam também os filmes usados para revelar tomografia, exame essencial no pré e pós-operatório dos procedimentos neurológicos. "Anestesia é imprenscindível emum hospital, principalmente no maior do estado. O estado de saúde de muitos pacientes pode se complicar ainda mais se os anestésicos não forem adquiridos logo, inclusive alguns correm risco de morrer ou ficar com sequelas irreversíveis", apela o médico.
Na análise de Luciano Araújo, caso ocorra no estado nos próximos dias um acidente de sérias proporções, a equipe terá dificuldade em atender os pacientes porque o hospital está completamente desabastecido. "Nunca vi uma situação dessa aqui no Walfredo", complementa o médico que atua na unidade desde que o hospital foi criado no início da década de 1970. O médico garante que os setores de cirurgia geral, neurocirurgia e ortopedia são os mais deficitários do hospital porque recebem toda a demanda do estado.
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