Foto: Mário Luiz Thompson
Elis Regina Carvalho
Costa nasceu em 17 de março de 1945 em Porto Alegre, RS.
Foi, sem dúvida, a maior cantora brasileira de todos os tempos. Com
técnica e garra, lançou alguns dos principais compositores brasileiros, como João Bosco
e Aldir Blanc, Renato Teixeira, Fátima Guedes - só não lançou Chico Buarque porque
resolveu pensar sobre o assunto - Nara Leão foi mais rápida.
A
"pimentinha", como era chamada, tinha - como João Gilberto - a perfeição como
meta. Exigia muito de seus músicos e compositores, exigia de sua gravadora, exigia de sua
voz. Ganhávamos nós, o público. Não foi sempre assim - quando veio do Rio Grande do
Sul tentou carreira no Rio de Janeiro - não foi pra frente. Seus primeiros discos são
repletos das exigências da mídia, Elis teve que cantar o que vendia na época.
Transferindo-se para São Paulo, encontrou a cidade de braços abertos. Foi aqui que
Elis chegou a perfeição, e foi aqui que se transformou numa tradição, tal qual sua
amiga Rita Lee. Elis virou São Paulo, que a acolheu e a recolheu, quando se
foi aos 36 anos, em 19 de janeiro de 1982.
Foi a primeira pessoa que inscreveu sua voz como instrumento, na Ordem dos Músicos do
Brasil. E era. A voz de Elis soava como instrumento afinado, não perdendo, nem por um
minuto, o carisma e a emoção em cada canção.
Envolveu-se com tudo de forma radical - com a música, com a política, com a vida.
Maldita para muitos, Elis tinha sempre a frase certeira, a mente afiada, propósitos
firmes: "Cara feia pra mim é bode... Sou mais ardida que pimenta!".
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