quinta-feira, 1 de março de 2012

“Carta de amor” é publicada no lugar de despacho judicial do TRT

 Mas eis que foi publicada em um Diário Oficial, como se sentença fosse. O desabafo de uma mulher que se recusou a viver um triângulo amoroso foi divulgado na edição de 16 de fevereiro do Diário Oficial do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, que tem sede na Paraíba. No Diário, há os nomes do reclamante na ação trabalhista, seu advogado e a empresa reclamada. Logo em seguida, no lugar de uma sentença ou um despacho, já é possível perceber que houve um equívoco. Definitivamente, não se tratava de uma decisão judicial. 

Tudo indica ter sido escrita para ser enviada por e-mail. Em nota oficial, o presidente do TRT-13, desembargador Paulo Maia Filho, diz que foi aberto um processo administrativo disciplinar para apuração do fato. Também afirma que a servidora pediu exoneração do cargo em comissão que exercia. “O teor da carta não revela a prática de nenhum ilícito, nem causou prejuízo às partes do processo, mas tão somente fatos da vida pessoal de uma servidora, que no seu histórico funcional não registra ocorrências que maculem a sua dignidade”, conclui a nota. Segundo o TRT-13, “o Diário Nacional da Justiça do Trabalho, onde o texto foi publicado, é gerido pelo Tribunal Superior do Trabalho e as publicações, quando remetidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho, não podem mais ser suprimidas ou alteradas pelo remetente, conforme determina o Ato Conjunto CSJT/TST 015/2008″.

O fato inusitado levou o desembargador Paulo Maia Filho a pedir ao presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, que fosse aberta uma exceção e suprimido o texto do DJ-e.Nota do TRT-13

 Veja abaixo a carta...

“Eu fiquei muito mal comigo mesma com a ‘nova’ história triangular que acaobo (sic) de viver com você porque percebi que estava desejando uma reaproximação contigo, reviver os momentos bons que tivemos, mesmo que limitados”. As frases acima fazem parte do conteúdo do que deveria ser um despacho judicial do Diário Eletrônico do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, no estado da Paraíba.
O texto, provavelmente enviado por engano, foi colocado no lugar do despacho, mas 12 dias após a publicação na Internet, a correção ainda não foi feita. Acessando o endereço https://aplicacao2.jt.jus.br/dejt/f/n/diariocon e realizando a busca pelo dia 16 de fevereiro de 2012, na 13ª região, é possível encontrar a carta na página 17 do documento.
O processo de número RTOrd-87800-15.1999.5.13.0002 tem como reclamante Severino José Barbosa contra a empresa Vidro Norte.
Confira na íntegra o texto publicado onde deveriam constar informações relativas ao processo:
“Eu fiquei muito mal comigo mesma com a “nova” história triangular que acaobo de viver com você porque percebi que estava desejando uma reaproximação contigo, reviver os momentos bons que tivemos, mesmo que limitados…Ilusão claro, e sempre soube que você era/é “solto” e que ninguém é de ninguém.
Mas assim como no ano passado você sabia – e eu NÃO !!! – que estava me chamando para treinar no mesmo ambiente em que estava Jamile (UP), há um mês atrás, quando me convidou novamente, quando esteve em minha casa, e ainda quando transamos no carro, há uma semana, EU NÃO SABIA que você e uma pessoa tão próxima a mim, de quem gosto e a quem devo obediência profissional, está de caso com você…
E percebo que esse caso está rolando, que se tivesse acabado, se fosse passado, ela não teria comentadodo/especulado há poucos dias porque não tem mais me visto na Prodígio…Ela soube por você que fizemos um novo contrato de treino, que voltei para a UP… Eu não sabia de nada de vocês mas vocês sabiam de mim, e VOCÊ sabia de nós duas!!! Eu não sabia mas incrivelmente, por intuição, de repente, percebi. E que bom que você confirmou! Aprecio a sua honestidade, ainda que tardia.
Não sou perfeita, não sou puritana, não sou moralista, adoro sexo, sempre gostei demais de fazer sexo com você, reconheço que tenho muita atração física por você, de verdade, e sempre pus muito carinho em nossos encontros. Não gosto de promiscuidade, não por moralismo, mas porque minha energia não se afina com isso e procuro mais do que sexo. Você deve se lembrar que logo no início eu lhe chamei para nos encontrarmos na a minha casa porque era/sou uma pessoa sem impedimentos e porque não me dou muito bem com as energias de motel.
Nunca aceitei sexo “a três” porque gosto é do encontro íntimo, da brincadeira gostosa com o parceiro que me atrai, da troca a dois, não exatamente de tesão por tesão, de troca corporal apenas… Mas até pode ser caretice mesmo, mas tenho o dever de ser honesta comigo. A minha energia sutil é que me sustenta e me protege e a respeito muito. É muito sensível e aberta e recebe muita carga negativa em moteis.
Dela vem minha guiança interna, meu senso e vontade de estar inteira e em verdade na minha vida e diante dos outros. Dessa energia sutil vem guinça, proteção, as intuições e os insights. Sempre soube que não havia um compromisso entre nós e sou romãntica e idealista mesmo e esse lado bem cru e realista da vida me deixa perplexa. O “vale tudo” não funciona muito pra mim mas eu é que devo ser estranha, talvez devesse estar noutro planeta.
Eu aceitei estar com você sabendo que tinha uma namorada mas conviver com você e ela não deu para mim. Deu para você, como agora deu novamente conviver comigo e uma terceira pessoa quase da minha intimidade. E para ela deu também. Para mim não dá!!!
Aproveitem-se!
Cada Minuto

O texto, provavelmente enviado por engano, foi colocado no lugar do despacho, mas 12 dias após a publicação na Internet, a correção ainda não foi feita.

 

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