Fábio Vale
Menos de 24h depois do tiroteio ocorrido no município de Baraúna,
localizado a cerca de 40 km de Mossoró, que deixou um bebê de 18 dias e
mais dois feridos, policiais da Delegacia de Polícia Civil da cidade
Baraúna, comandados pelo Bacharel Marcio Lemos, prenderam no final da
tarde de quinta-feira (03), Teveson Silva de Abreu, de 19 anos de idade,
suspeito de envolvimento no tiroteio. Na ocasião, foram baleados Maria
das Dores Gomes, 33 anos, e seu filho de 18 dias que ainda segue
internado em estado grave. Além deles, José Erivan de Moraes, um dos
responsáveis pela troca de tiros, foi atingido com um tiro no braço
esquerdo, e um na coxa esquerda e direita.
Após a prisão,
Teveson Silva foi conduzido para a delegacia de plantão em Mossoró, onde
os procedimentos de flagrante foram realizados. O jovem teria
confessado a autoria dos disparos e dito que estaria sendo ameaçado por
Erivan, que já teria tentado contra a vida dele outras vezes. A Polícia
Militar de Baraúna também recebeu informações que a desavença envolvendo
Teveson e José Erivan teria tido início no momento da partilha do
produto de um roubo, quando um deles teria tentado "passar a perna".
Segundo
informações, Teveson teria dito na delegacia que estava conversando com
Erivan sobre as ameaças que ele vinha fazendo. De acordo com a versão
dele, Erivan teria dito que ele iria morrer do mesmo jeito que o pai
(referindo-se à morte do policial militar, José Abreu Neto, morto a
tiros na noite do dia 16 de maio do ano passado. Abreu era lotado em
Grossos e residia em Baraúna).
Ainda de acordo com relatos,
Teveson teria dito na delegacia que ao sentir-se ameaçado, foi em casa,
pegou uma arma de fogo e foi "acertar contas" com Erivan, que correu em
direção a uma residência, onde Maria das Dores e seu filho de 18 dias
estavam.
Informações também dão conta de que Teveson teria dito estar
arrependido e pedido desculpas a família de Maria das Dores e o bebê
dela, atingidos pelas "balas perdidas". Ele teria dito ainda que naquele
momento, ou matava, ou seria morto pelo desafeto. E o Delegado
responsável pelas investigações teria questionado o depoimento de
Teveson. "Como é que eles são inimigos e estavam juntos? Inclusive foram
vistos na mesma motocicleta trafegando pelas ruas de Baraúna", teria
dito Márcio Lemos.
Ele lembrou que ainda, que no último sábado,
Teveson registrou uma queixa na delegacia da cidade, acusando Erivan de
tentar matá-lo, onde Erivan teria apontado a arma para ele e o revólver
não disparou.
"Bang-bang"
Segundo
informações, vários policiais da cidade de Baraúna já foram ameaçados
pelos dois envolvidos no tiroteio, inclusive o comandante do
policiamento da cidade. E a rixa entre Tevson e Erivan seria antiga.
Relatos dão conta de que há cerca de dois meses Tevson tentou matar
Erivan, mas só conseguiu acertar a motocicleta que ele trafegava. Erivan
nem registrou queixa na delegacia local. E há cerca de 15 dias, Erivan
entrou na residência onde Tevson se encontrava deitado e tentou contra a
vida do mesmo, mas a arma não disparou.
Na ocasião, Tevson foi à
delegacia registrou a queixa, mas avisou que no próximo encontro, um
dos dois morreria. Quando na noite de quarta-feira (02), Erivan foi
alvejado com quatro disparos de arma de fogo. Na fuga, ele perdeu sua
arma e invadiu uma residência. No troca de tiros, mais três pessoas
foram atingidas por balas perdidas.
Sem carceragem
A
Polícia Civil de Baraúna vive um dilema. A cidade não tem uma
carceragem que ofereça segurança, para o acusado, já que ele corre o
risco de ser morto. Em Mossoró, também não existe lugar nos Centros de
Detenções.
Bebê segue internado
Segundo
o boletim médico divulgado na manhã de ontem pelo Serviço de
neonatologia do Hospital da Mulher de Mossoró, o menor Sérgio Gabriel
Gomes Maia encontra-se hospitalizado na UTI neonatal desta unidade, no
2º dia de pós-operatório de exploração de ferimento por arma de fogo na
região abdominal. O boletim destaca que o paciente apresenta melhora
clínica significativa, tendo acordado e não necessitando mais da ajuda
de aparelhos para respirar.
Porém, ainda de acordo com o boletim
médico, o estado de saúde do bebê ainda inspira cuidados e monitorização
em UTI. E visando o atendimento humanizado, a unidade de terapia
intensiva inclui em sua rotina a visitação dos pais dos bebês 24h por
dia. Maiores detalhes do estado clínico do bebê serão repassados à
família e outras informações em boletins médicos posteriores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário