A direção da Maternidade Escola Januário Cicco confirmou, durante coletiva realizada na manhã de ontem, a infecção de cinco bebês recém-nascidos por bactérias do tipo "pseudomonas", organismos comumente encontrados em ambientes críticos de unidades hospitalares. Os casos foram identificados na UTI neonatal, e desde o dia 31 de agosto a maternidade não admite novos pacientes na unidade de terapia intensiva. Dentre os bebês infectados, um morreu e quatro permanecem em tratamento.
Alberto Leandro
Número de partos na maternidade-escola cresceu 52% nos primeiros sete meses deste ano
Vale ressaltar que a situação está sob controle e que um dos bebês já responde positivamente à medicação aplicada. Dos 18 leitos da maternidade, dez estão ocupados, e, segundo Kleber Morais, diretor da Januário Cicco, não há risco da UTI ser interditada, "até por que temos bebês lá dentro". Morais explicou que "os esforços estão voltados para melhorar as condições" da unidade com o reforço na higienização e isolamento, dentro da própria UTI, dos bebês acometidos pela bactéria.
Para atender a demanda, a direção da maternidade escola instalou temporariamente cinco leitos de terapia intensiva no Centro de Recuperação Pós-Operatório (CRO).
Kleber Morais atribuiu a situação à superlotação da Januário Cicco, ocasionada por deficiências no atendimento do sistema público de saúde "como um todo". "A maternidade faz parte da rede de hospitais 'porta aberta', ou seja, temos que atender todo mundo que chega; e como há um caos instalado na saúde do RN, os setores de obstetrícia e ginecologia também estão inseridos nesse contexto. É como um efeito cascata".
Os números da Januário Cicco comprovam a sobrecarga no atendimento: entre janeiro e julho de 2011 foram realizados 2.205 partos (normais e cesarianas); enquanto que, no mesmo período deste ano, o número de nascimentos saltou para 3.353. Além dos 18 leitos na UTI da MEJC, sendo dez de alta e cinco de média complexidade, a Região Metropolitana ainda dispõe de 10 leitos na Maternidade Divino Amor em Parnamirim; seis no Hospital da PM; e 25 leitos no Hospital Santa Catarina, na zona Norte de Natal.
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