O POEMA DE AÇUDE.
" Como CASTRO ALVES, em VOZES D'ÁFRICA, eu, um açude moribundo, gemendo
baixinho, tento, romper as barreiras de lama, qual correntes de ferro, a
cortar as minhas entranhas, clamo: DEUS, OH! DEUS, ONDE ESTÁS, QUE NÃO
RESPONDES ? - Eu já fui um açude cheio de vida. Era comparado a um
oceano. Um mar de águas doces. Um arsenal de peixes. Matei a sede, matei
a fome, e hoje me mataram. Oh! cruéis algozes, que não respeitam a
Natureza, e fizeram de mim, um morto vivo. Sou um moribundo sem destino,
um doente que não sara. - Mas, apesar, da ruina e da morte, onde
acabam-se as ilusões, as forças dos meus sonhos, são tão fortes, que me
comparo, ao sertanejo do escritor EUCLIDES DA CUNHA, luto e renasço e
peço a DEUS, para que as minhas mãos, nunca fiquem vazias e ociosas. E
mais ainda, buscando sempre, a força dos poetas, encho o peito e
declamo: CHEGA DE TENTAR DISSIMULAR, E DISFARÇAR, O QUE NÃO DAR MAIS PRÁ
ESCONDER, E EU NÃO POSSO ME CALAR: "EXPLODE CORAÇÃO". Não quero mais,
ser um açude condenado, no seu leito de morte, apenas vislumbrando os
seus carrascos. Quero enfrentá-los, posso até dizer que os amo, mesmo
quando mentem, quando se declaram, AGRICULTORES. mesmo quando perdem a
vergonha, de irem a público, dizerem que vão dar assistência ao homem do
campo, que vão fazer projetos de irrigação. Vis mentirosos. Enganadores
perversos. Compradores da consciência, dos tolos que ainda se deixam
enganarem. Eu sou o ALECRIM , uma prova, do descaso e da perversidade,
de uma administração
desastrosa, que por oito anos, caiu sobre a nossa querida SANTANA DO
MATOS. Eu sou o ALECRIM, o açude quase morto, que está sendo
revitalizado, graças aos esforços, de quem na verdade, respeita a
NATUREZA: o prefeito ASSIS DA PADARIA. Esse velho açude, suplica, como
num poema forte, saído do âmago de um moribundo, que não se enganem e
não tragam de volta, o DESGOVERNO. E como um açude cansado e
fragilizado, ainda tenho forças para clamar: santanenses, venham serem a
minha voz, o meu canto de vitória, o meu verso mais singelo. Eu serei
sertão, e quero me encher de novo, das águas caídas do céu. Quero ser a
sede de um deserto árido. Quero ser a garganta, pela qual, o povo grita e
clama. - Um novo tempo, começou prá mim, velho açude moribundo. A
lua, ainda há, de vir banhar-se, nas minhas águas cristalinas. E em
troca, eu refletirei o seu brilho sereno. Não quero morrer. Não posso
morrer. Porque ainda, não cumpri, todas as minhas promessas. Fui
tolhido, fui maltratado, mas, desejo ser de novo, um pequeno gigante.
Um espelho dágua, para refletir as serras, as estrelas... Já fui a
alegria das crianças, o lazer dos domingos festivos. Já fui o jantar, de
pescadores famintos. Me chamo ALECRIM. E quero continuar sendo
ALECRIM, exalando o cheiro do alecrim. E já começo, a olhar o tempo,
onde a VIDA passa. Quero ver a cidade me acender. Quero ser o espetáculo
do amanhecer. Quero ser, uma chuva de pétalas, que enfeita os jardins.
E apesar de vocês, homens e mulheres do mal, "amanhã será outro dia".
Serei um açude novo. Revitalizado, pelas mãos calosas, de um legítimo
agricultor:ASSIS DA PADARIA. E quero, diante de uma multidão atônita e
maravilhada, me encher de novas águas, como se fossem lágrimas de
emoção, de quem, de fato, venceu a morte, fazendo dos meus sonhos, os
sonhos dos santanenses, que não querem a volta do desgoverno. Um povo, a
NAÇÃO 40, que no dia sete de outubro, diante da urna, como um poeta
inspirado, fará de IONARA CELESTE, a legítima dona, dos destinos, do
povo do município de Santana do Matos. (esse poema do açude, vai ser
taxado por alguns, de besteirol, de mesmice, mas os que lutam, pela
sustentabilidade do planeta ,vão entender. E é para esses que dedico
esse texto)
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