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Dr. Haroldo Duarte, colaborador médico do Potiguar/Mossoró
O senhor assinou o atestado liberando o atleta Neto Maranhão para as atividades físicas inerentes a de um jogador profissional?
Assino os contratos juntamente com o presidente do clube dos atletas que são confirmados como contratados. A seguir, encaminhamos ao cardiologista para avaliação preliminar cardiopulmonar. Se necessário, exames mais detalhados serão então agendados. Do ponto de vista clínico geral e mental ele tinha condição de treinar como já vinha fazendo. Todos os atletas estavam agendados para realizar os exames hoje e amanhã.
Ele falou sobre o histórico anterior de desmaios?
Não tinha nenhuma informação de história pregressa dele até ontem.
Foram realizados exames clínicos, cardiológicos ou outros?
Já respondido no 1.
O senhor é o médico do Potiguar de Mossoró?
Eu e mais outros médicos aqui somos colaboradores do clube Potiguar, pois a maioria dos colegas não se interessam de participar de futebol.
Como o senhor analisa a situação ocorrida? Foi fatalidade? Negligência do clube?
O ocorrido foi uma triste FATALIDADE (grifo dado pelo médico) e acredito que mesmo com qualquer exame realizado ele iria ter a morte súbita, pois afeta um percentual 2-3% dos atletas. Ou seja todos os atletas estão sujeitos a esse fatídico.
O desfibrilador no treino poderia salvar a vida do jogador?
Nem todos os casos se resolvem com desfibrilador. Infelizmente o profissional que opera o desfibrilador tem que ter muito conhecimento de arritmias cardíacas que nem todo médico sabe.
Como é o trabalho médico no Potiguar/M?
O trabalho médico no potiguar existe com muita ajuda de colaboradores.
O senhor se considera apto para emitir esses atestados?
Do ponto de vista clínica e mental sim. Todos os médicos têm formação geral. Eu não sou cardiologista, por isso encaminhamos para quem é habilitado.
Qual a sua experiência como médico e suas especialidades?
Sou médico desde 1995. Tenho formação de Cirurgia Geral e especialização em Urologia. Sou plantonista do segundo maior hospital de urgência e emergência do Estado desde o ano 2000.
O senhor ainda continua atendendo para o clube?
Continuo colaborando com o clube e com o futebol até quando me solicitarem. Tenho contato quase que diariamente com àqueles que dirigem o Potiguar apesar da minha vida repleta de outros compromisso extras-futebol. Espero ter contribuído com mais esclarecimentos no fatídico ocorrido.
Presidente do Sindicato critica rito contratual
A forma como o contrato dos atletas é assinada e chega até a Federação foi alvo de críticas pelo Sindicato dos Atletas de Futebol do RN. Segundo o advogado Felipe Augusto, presidente da entidade, os exames feitos para que o jogador assine o contrato para poder jogar são básicos e insuficientes para comprovar a condição médica de um atleta. "A verdade é que há o costume do médico olhar, fazer exames básicos como joelho, tornozelo e assinar o documento", comentou o presidente da associação. Para ele, o fato de um médico assinar o documento e só depois o jogador realizar os exames distorce a função da assinatura médica no contrato. "É óbvio que deveria ser o contrário. Na audiência com o Ministério Público do Trabalho - MPT/RN vamos tentar que no Termo de Ajustamento de Conduta os clubes sejam obrigados a fazer os exames e encaminha-los à Federação, que deverá ser a portadora desses arquivos", revelou Felipe Augusto.
A audiência, que ocorrerá no próximo dia 22 às 15h, na sede do MPT, em Natal deverá, segundo o presidente da associação, ter um clima "quente". Felipe Augusto quer que a FNF tenha uma participação mais efetiva no controle da documentação dos atletas.
Da TN
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