O processo de escolha do sucessor de Bento XVI, que renuncia ao
pontificado no próximo dia 28, pode levar horas, dias e até meses. No
passado, houve casos em que a eleição de um novo papa levou mais de dois
anos e meio. Para especialistas, é imprevisível dizer quanto tempo
durará o conclave - quando os cardeais se reúnem para a eleição do papa.
Após a morte do papa Clemente IV, o conclave durou 33 meses - de
novembro de 1268 a setembro de 1271 -, pois não se chegava a um consenso
para eleger o sucessor.A eleição depende de dois terços do total de
cardeais, que são os eleitores presentes. Pelo menos 117 estarão aptos a
votar, mas alguns podem não comparecer. O clima de mistério cerca o
processo até o último momento, quando é revelado o nome do sucessor.
"É
leviano fazer qualquer afirmação sobre prazos, pois todo o processo é
muito novo", diz Paulo Bosco, professor de direito canônico da
Universidade Católica de Brasília (UCB). "Não é possível prever. Ninguém
sabe o que pode ocorrer", ressalta o padre jesuíta Luís Corrêa Lima,
professor da Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-RJ).
No caso do processo de sucessão de Clemente IV, foi
necessário que uma das autoridades, seguindo os conselhos de São
Boaventura, fechasse os cardeais no Palácio dos Papas, na cidade
italiana de Viterbo, para pressionar pela busca de consenso. A porta da
sala de reuniões foi fechada, os religiosos tiveram a alimentação
suspensa e o local onde estavam foi destelhado.Depois dessa pressão, foi
escolhido o papa Gregório X (1271-1276). Antes, porém, a Igreja
Católica Apostólica Romana chegou a ficar três anos, sete meses e um dia
sem papa. Foi entre 26 de outubro de 304 e 27 de maio de 308, na
sucessão de Marcelino II para Marcelo I.
Segundo a Arquidiocese
de Brasília, até 1958, os votos dos cardeais eram queimados depois de
cada eleição. Na época, os votos eram misturados com palha úmida para se
transformar em fumaça da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano. A cor
escura da fumaça indicava aos fiéis que aguardavam na Praça de São Pedro
que o papa ainda não tinha sido escolhido. Atualmente o processo para
escurecer ou dar a cor branca à fumaça é químico. A fumaça branca indica
que o papa foi eleito.
Com informações da Agência Brasil
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