Rodrigo Sena
Fatores como o barateamento dos computadores e oferta de crédito estimularam popularização
“Os alunos da rede pública passaram a ter acesso à internet nas escolas, mas também há o fato de que os computadores ficaram mais baratos e as famílias puderam comprar”, diz o fundador do Comitê para a Democratização da Informática (CDI), Rodrigo Baggio.
Enquanto na população total de 10 anos ou mais de idade o aumento do número de internautas foi de 143,8%, com 45,8 milhões de novos usuários, entre os mais pobres, o crescimento foi de 188% - 19,2 milhões de incluídos no mundo virtual. Em 2011, o País chegou a 77,7 milhões de internautas, ou 46,5% dos brasileiros com 10 anos ou mais de idade. Em seis anos, o País ganhou quase 21 mil novos internautas por dia.
“Em 2005, o País estava saindo da recessão de 2003 e 2004. Nos anos seguintes, com aumento dos trabalhadores com carteira assinada, do poder de compra, do acesso ao crédito e da escolaridade, aumentou o acesso aos computadores e à internet. As pessoas deixaram de usar a internet apenas no trabalho. Houve avanços, mas ainda há lacunas a resolver”, diz o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Em casa
Entre 2005 e 2011, mais do que dobrou a proporção de brasileiros que vivem em domicílios com microcomputador ligado à internet, de 14,6% para 39,4%. Os usuários de baixa renda passaram de 10,2 milhões em 2005 para 29,4 milhões em 2011.
A desigualdade, porém, ainda é grande: apenas um terço das pessoas com até um salário-mínimo de renda domiciliar per capita (33,6%) têm acesso à internet, enquanto, entre os que ganham mais de cinco salários-mínimos, a proporção é de 67,9%. No Norte e no Nordeste, apesar do aumento de internautas, eles são pouco mais de um terço da população. No Sudeste, são 54,2%.
A pesquisa levou em consideração apenas os acessos por computador. Não houve perguntas sobre acesso por meio de telefones celulares e tablets.
Embora a renda seja um fator importante de acesso à internet, a pesquisa mostra que há mais internautas na população com renda de 3 a 5 mínimos do que entre os que ganham mais de 5 salários. A explicação é que a faixa mais rica da população é também a faixa mais velha, ainda “engatinhando” no mundo virtual Os jovens têm menor renda, mas são mais conectados.
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