quinta-feira, 2 de maio de 2013

Hospital da PM abre sete leitos de UTI Neonatal e possibilita reabertura do centro cirúrgico da MEJC

Por: Roberto Campello
Unidade funcionava desde 2001, mas foi fechada em janeiro deste ano por dificuldades para fechar escala de profissionais. Foto: José Aldenir
Unidade funcionava desde 2001, mas foi fechada em janeiro deste ano por dificuldades para fechar escala de profissionais. Foto: José AldenirDepois de um esforço conjunto entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) e da Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS), foram reabertos, na manhã desta terça-feira (30), sete leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal no Hospital Coronel Pedro Germano, conhecido como Hospital da Polícia Militar. A equipe do Hospital ficou responsável pela logística e a estrutura interna, as secretarias estadual e municipal de Saúde pelos recursos humanos e a Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) suprindo a necessidade de material hospitalar. Com a abertura dos novos leitos, sete dos 11 recém-nascidos que estavam internados além da capacidade máxima da maternidade e ocupavam as duas salas do centro cirúrgico e o Centro de Recuperação de Operados (CRO) serão transferidos, durante o dia de hoje, para o Hospital da Polícia.
O diretor do Hospital da Polícia Militar, coronel Kleber Cavalcanti, explicou que a capacidade inicial do Hospital era de seis leitos de UTI Neonatal, mas será aberto com um leito extra, viabilizado pela Sesap, que encaminhou mais um respirador. A UTI Neonatal do Hospital da Polícia funciona desde 2001, e nos últimos anos vinha sofrendo com a falta de recursos humanos especializado, em especial, os neonatologistas, por conta de aposentadorias. Até janeiro desde ano, a escala de médicos era composta por três profissionais da Sesap e o restante por um convênio com a Cooperativa Médica, que completava a escala com mais quatro profissionais com carga horária de 40 horas. No entanto, desde janeiro esse contrato não vinha sendo cumprido, por falta de pagamento, e a UTI Neonatal tinha sido fechada.
“Há uma carência grande de UTI Neonatal no Estado e a Maternidade Januário Cicco, que é o maior atendimento obstétrico do Estado, por ser referência em gestação de alto risco, está superlotada, com bebês ocupando os centros cirúrgicos. Por isso, nesse primeiro momento, vamos abrir os leitos para receber exclusivamente sete crianças vindas da Maternidade, para ver se desobstruirmos o Centro Cirúrgico”, destacou o diretor.
Com a abertura, os sete neonatologistas, todos com carga horária de 40 horas, que cumprirão as escalas no Hospital da Polícia Militar serão de responsabilidade da Sesap e da SMS. Além disso, o diretor do Hospital disse que até o mês de julho pretende reabrir 13 leitos de enfermaria obstétrica, com salas de parto, que estão fechados devido à reforma de ampliação que passa o Hospital.
O secretário de Saúde do Estado, Luiz Roberto Fonseca, disse que a medida faz parte das ações emergenciais em busca da melhoria do atendimento na Rede Materno-Infantil do Rio Grande do Norte. “Essa é mais uma das ações que pactuamos no dia 22 de abril com os municípios para reorganizar a rede materno-infantil do RN”, disse o secretário de Estado da Saúde Pública, Luiz Roberto Fonseca. Na pactuação, o secretário destacou a relevância de uma correta contrarreferenciação, de modo a garantir que o usuário seja atendido no local onde reside, quando se tratar de um caso de baixo risco, cuja responsabilidade é dos municípios, cabendo ao Estado atender o paciente em demandas de média e alta complexidade.
A diretora médica da Maternidade Escola Januário Cicco, Maria da Guia de Medeiros Garcia, conta que foi traçado um longo caminho, com várias reuniões, que culminaram com a abertura dos leitos de UTI Neonatal no Hospital da Polícia Militar, e com os recém-nascidos excedentes sendo transferidos e desobstruindo as duas salas do centro cirúrgico e o CRO. Até hoje, as cirurgias obstétricas estavam sendo realizadas no mesmo local que as cirurgias ginecológicas, já que as duas salas do centro cirúrgico obstétricos estavam ocupadas com recém-nascidos.
“Foram três semanas de intensas reuniões. Foi preciso estarmos no fundo do poço e procurando uma corda para sair de lá para poder vermos alguma luz no fim do túnel. E a luz começou a aparecer, graças ao esforço do secretário estadual Luiz Roberto Fonseca, e dos secretários municipais Cipriano Maia e Ion Andrade. O primeiro passo foi dado em uma reunião que teve no último dia 22, em que o secretário estadual chamou os municípios à realidade. Depois, a abertura de mais cinco leitos de UTI Neonatal no Hospital Santa Catarina. O próximo passo seria abrir os leitos no Hospital da Polícia. Estava tudo emperrado, mas precisávamos que abrissem os leitos, pois a UTI estava pronta e precisava apenas de recursos humanos”, destacou a diretora.
A diretora Maria da Guia de Medeiros disse que a saída dos sete recém-nascidos vai possibilitar a abertura das duas salas do centro cirúrgico, e os demais bebês vão ocupar apenas o CRO. “Na realidade, a crise não passou. Essa mudança não refletiu nada ainda, os corredores ainda estão lotados, pois é uma ação do Município que vai resolver. Hoje, estamos pensando em transferir os bebês, depois vamos resolver o caos na assistência materna. A nossa intenção é tentar tirar as pacientes do corredor”, destacou a diretora. A luta agora é abertura dos dez leitos de UTI Neonatal no Hospital Infantil Varela Santiago.

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