Marília Rocha - repórter
Os natalenses viveram um dia
diferente ontem (20) após o anúncio de mais um dia de protestos pela
redução das passagens de ônibus e melhoria dos serviços públicos.
Participando ou não das manifestações, eles tiveram a rotina alterada
com a mudança no expediente das empresas privadas e dos órgãos públicos
que fecharam as portas no início da tarde.
As escolas e faculdades também suspenderam as aulas alegando a
dificuldade na mobilidade dos estudantes e funcionários na volta para
casa. E foi exatamente isso que aconteceu. O fluxo de veículos do
transporte público foi diminuído nas linhas urbanas de Natal e nas
linhas intermunicipais, prejudicando o direito de ir e vir das pessoas.
No
início da tarde, já era possível ver o caos que realmente se formou
nas paradas de ônibus em Natal. Na maior parada do centro da cidade, as
pessoas se amontoavam no espaço apertado a espera de um ônibus. A
usuário do transporte coletivo, Kaliana da Silva contou as dificuldades
que enfrentou. “Nós trabalhamos, pagamos impostos e merecemos respeito.
Preciso ir para casa e não tem ônibus”, conta.
A situação piorou
após às 15 horas quando os ônibus deixaram de circular nas principais
vias da cidade, que estavam sendo usadas para o deslocamento alternativo
ao local do protesto, na BR-101. Uma das vias mais prejudicada foi a
Avenida Prudente de Morais que ficou mais de três horas sem circulação
de veículos. A equipe da TRIBUNA DO NORTE conversou com uma senhora que
andou durante quatro horas do bairro de Pirangi até Lagoa Nova porque
não tinha ônibus circulando. “Eu trabalho em Pirangi e vim andando até
aqui. Sigo agora até a zona Norte”, conta Andreia dos Santos.
Os
comerciantes também reclamaram da mudança na rotina por causa dos
protestos. Os mais exaltados eram os empresários do setor alimentício
que amargaram os prejuízos do fechamento antecipado do comércio. Para o
empresário Ney Lauar, dono de uma lanchonete o pior é o prejuízo do que
ele aina ia vender. “Eu tive dois prejuízos porque já tinha me
programado com os lanches que são perecíveis e com o que deixei de
vender.”
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