sábado, 24 de agosto de 2013

Falta de infraestrutura prejudica RN em leilão

Os Estados da Bahia e do Piauí foram os principais vencedores do 5º Leilão de Energia de Reserva realizado ontem pelo governo federal para contratação exclusiva de energia eólica. Juntos, os dois Estados responderam por 42 dos 66 empreendimentos contratados no certame. O Rio Grande do Norte, por sua vez, está entre os estados com pior desempenho. Dos 41 projetos que tinha habilitados para a disputa, com potência somada de 980 Megawatts (MW), apenas sete saíram vencedores, com 132 MW.

Alex RégisParque eólico no RN: o Estado é um dos maiores alvos de investimento no setor, mas há gargalos 
Parque eólico no RN: o Estado é um dos maiores alvos de investimento no setor, mas há gargalos
 
Na avaliação da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), o estado, que já foi líder em leilões passados, tem sido   prejudicado por falta de infraestrutura para transmissão da energia. “Devido às restrições de escoamento a negociação desse potencial (do estado) tem sido prejudicada”, afirmou, em nota. De acordo com a secretaria, no caso deste leilão, o estado teve o desempenho afetado - desde a fase de habilitação dos projetos - por uma nova regra que condiciona o cadastro, entre outras coisas, à capacidade de escoamento da energia. A regra foi estabelecida pelo governo federal após atrasos em obras de linhas de transmissão, a cargo da Chesf, terem atrasado - deixando parques eólicos prontos, mas ociosos, sem ter como escoar a energia no RN e em outros estados.
 
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Parque eolico Ponta da Linha município de Bodó

“Como consequência desta medida (a nova regra) adotada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) - entidade que assessora o Ministério de Minas e Energia no planejamento energético do Brasil - o RN que havia cadastrado 113 projetos (2.776 MW), conseguiu habilitar apenas 41 destes projetos (980 MW), o que reduziu nossa competitividade para esse leilão, especificamente”, disse a Sedec, ressaltando que outros estados, como o Ceará e o Rio Grande do Sul, também foram negativamente impactados (veja o gráfico).

Liderança

Apesar de vir perdendo competitividade, o Rio Grande do Norte mantém a liderança no acumulado de todos os leilões realizados no país, com 2633.6 MW, o que corresponde a 31% de toda a energia eólica comercializada no Brasil, desde 2009. De acordo com projeção da Sedec, “o estado voltará à condição de protagonista em 2014, dentre os estados mais competitivos”. 
 
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Parque eólico calango serra de santana

“Isso porque, ações do Governo do Estado - por meio da Sedec - com o apoio da bancada federal junto aos órgãos responsáveis pelo Planejamento da Transmissão,viabilizaram o processo de licitação das linhas de transmissão que fecharão o circuito de 500kV (quilovolts) no Nordeste. Recentemente essas linhas foram indicadas no planejamento da EPE, aprovadas pelo Ministério de Minas e Energia e agora constam no planejamento da Aneel para licitação no 1º semestre de 2014”, disse a Sedec, em nota. “A construção dessas novas linhas assegura a implantação de inúmeros projetos eólicos a médio e longo prazo e garante o crescimento sem sobressaltos do setor de energia renovável”, acrescentou.
 
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