A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do maior hospital de urgência e emergência da zona Norte de Natal será desativada. Os três pacientes que ocupam a UTI do Hospital Dr. José Pedro Bezerra (HJPB), o Santa Catarina, devem ser transferidos, ainda hoje, para o Hospital Dr. Ruy Pereira. A decisão de fechar o setor foi anunciada ontem pela secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Segundo a secretaria, a UTI ficará fechada por dois meses. Funcionários do HJPB são contra a decisão. Parentes dos pacientes afirmam que vão proibir a transferência dos enfermos.
Júnior Santos
A nova área de UTI do Hospital Santa Catarina terá, quando concluída, dez leitos. O espaço está em obras há mais de um ano
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do
Norte (Sindsaúde-RN), os 32 servidores da UTI foram comunicados, na
manhã de ontem, que a unidade seria fechada e que, a partir de hoje,
deveriam cumprir escala em outros hospitais. “Não houve qualquer diálogo
anterior. Somos contra essa medida drástica e autoritária. Ninguém
apoia essa manobra”, colocou Simone Dutra, coordenadora -geral do
sindicato.
Profissionais que trabalham no Santa Catarina e médicos ouvidos pela reportagem consideram a decisão de transferir os pacientes para o Ruy Pereira e fechar a UTI um equívoco. “Como vamos trabalhar sem ter a assistência da UTI no hospital? O povo da zona Norte vai ficar sem UTI?”, questionou a técnica de enfermagem, Maria Auxiliadora da Silva.
A mudança atinge nove médicos (sendo 3 cardiologistas) e seis enfermeiros que passam a cumprir escala no Walfredo Gurgel. Além destes, 17 técnicos de enfermagem passam a cumprir escala no Ruy Pereira. Ontem à tarde, os profissionais do setor organizavam um abaixo-assinado contra a decisão da Sesap. Um médico ouvido pela TRIBUNA DO NORTE afirmou que uma unidade com portas abertas para urgência e emergência, como o Santa Catarina, não pode “se dar ao luxo” de não possuir retaguarda de UTI. “Não tem condições. Além da urgência e emergência, ainda há o setor obstétrico”, pontuou o profissional.
A ideia da Sesap era transferir os pacientes ainda ontem, no entanto, a transferência não foi efetivada devido a um problema no condicionar de ar da UTI do Hospital Ruy Pereira. “Eles vão levar o ar condicionado daqui para lá. Além disso, precisa verificar como será feita essa remoção”, explicou o diretor administrativo do HJPB, Antônio Alves.
Entraves
A ideia da Sesap vai esbarrar em outros entraves. Funcionários do Santa Catarina e a coordenadora-geral do Sindsaúde-RN afirmaram que vão ajuizar uma ação contra a decisão da secretaria. Parentes dos pacientes prometem realizar uma manifestação na frente do hospital. “O perfil desta secretaria é esse, fecha um serviço para abrir outro. O que vai acontecer é que estes servidores serão remanejados para outros hospitais para cobrir a falta de profissionais e a UTI do Santa Catarina ficará fechada por muito mais tempo do que o necessário”, disse Simone Dutra.
O pai do motorista Milklei Leite, 35 anos, é um dos três pacientes internados na UTI do Santa Catarina. Milklei contou que ficou sabendo da transferência dos pacientes pela imprensa. “Cheguei aqui e os servidores me disseram que vão levar meu pai não sei para onde. Não vou deixar que isso aconteça. Vou convocar todos os familiares e amigos para fazer uma manifestação na frente do hospital amanhã [hoje]”, afirmou.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve ontem à tarde no HJPB. No momento em que chegávamos ao hospital, o secretário adjunto da Sesap, Marcelo Bessa, deixava o local. Ele explicou que a transferência dos pacientes foi uma decisão necessária. “Com isso, vamos assegurar o atendimento na UTI cardiológica do Walfredo Gurgel e o Santa Catarina passar a contar com seis leitos de UTI lá no Ruy Pereira”, informou.
A Sesap divulgou uma nota afirmando que a transferência tem como objetivo “otimizar recursos humanos e infraestrutura hospitalar, ampliar e assegurar uma melhor assistência à população”. O secretário adjunto disse ainda que o Santa Catarina passará dois meses sem UTI. “Nesse período, as obras de construção da UTI definitiva serão finalizadas. Serão dez leitos nessa nova unidade”, lembrou.
A UTI do Santa Catarina funciona, atualmente, num local improvisado. O setor está em reforma há mais de um ano. “Não acreditamos que essas obras ficarão prontas e a UTI volte a funcionar nesse período. Infelizmente não podemos confiar”, disse Simone Dutra.
Profissionais que trabalham no Santa Catarina e médicos ouvidos pela reportagem consideram a decisão de transferir os pacientes para o Ruy Pereira e fechar a UTI um equívoco. “Como vamos trabalhar sem ter a assistência da UTI no hospital? O povo da zona Norte vai ficar sem UTI?”, questionou a técnica de enfermagem, Maria Auxiliadora da Silva.
A mudança atinge nove médicos (sendo 3 cardiologistas) e seis enfermeiros que passam a cumprir escala no Walfredo Gurgel. Além destes, 17 técnicos de enfermagem passam a cumprir escala no Ruy Pereira. Ontem à tarde, os profissionais do setor organizavam um abaixo-assinado contra a decisão da Sesap. Um médico ouvido pela TRIBUNA DO NORTE afirmou que uma unidade com portas abertas para urgência e emergência, como o Santa Catarina, não pode “se dar ao luxo” de não possuir retaguarda de UTI. “Não tem condições. Além da urgência e emergência, ainda há o setor obstétrico”, pontuou o profissional.
A ideia da Sesap era transferir os pacientes ainda ontem, no entanto, a transferência não foi efetivada devido a um problema no condicionar de ar da UTI do Hospital Ruy Pereira. “Eles vão levar o ar condicionado daqui para lá. Além disso, precisa verificar como será feita essa remoção”, explicou o diretor administrativo do HJPB, Antônio Alves.
Entraves
A ideia da Sesap vai esbarrar em outros entraves. Funcionários do Santa Catarina e a coordenadora-geral do Sindsaúde-RN afirmaram que vão ajuizar uma ação contra a decisão da secretaria. Parentes dos pacientes prometem realizar uma manifestação na frente do hospital. “O perfil desta secretaria é esse, fecha um serviço para abrir outro. O que vai acontecer é que estes servidores serão remanejados para outros hospitais para cobrir a falta de profissionais e a UTI do Santa Catarina ficará fechada por muito mais tempo do que o necessário”, disse Simone Dutra.
O pai do motorista Milklei Leite, 35 anos, é um dos três pacientes internados na UTI do Santa Catarina. Milklei contou que ficou sabendo da transferência dos pacientes pela imprensa. “Cheguei aqui e os servidores me disseram que vão levar meu pai não sei para onde. Não vou deixar que isso aconteça. Vou convocar todos os familiares e amigos para fazer uma manifestação na frente do hospital amanhã [hoje]”, afirmou.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve ontem à tarde no HJPB. No momento em que chegávamos ao hospital, o secretário adjunto da Sesap, Marcelo Bessa, deixava o local. Ele explicou que a transferência dos pacientes foi uma decisão necessária. “Com isso, vamos assegurar o atendimento na UTI cardiológica do Walfredo Gurgel e o Santa Catarina passar a contar com seis leitos de UTI lá no Ruy Pereira”, informou.
A Sesap divulgou uma nota afirmando que a transferência tem como objetivo “otimizar recursos humanos e infraestrutura hospitalar, ampliar e assegurar uma melhor assistência à população”. O secretário adjunto disse ainda que o Santa Catarina passará dois meses sem UTI. “Nesse período, as obras de construção da UTI definitiva serão finalizadas. Serão dez leitos nessa nova unidade”, lembrou.
A UTI do Santa Catarina funciona, atualmente, num local improvisado. O setor está em reforma há mais de um ano. “Não acreditamos que essas obras ficarão prontas e a UTI volte a funcionar nesse período. Infelizmente não podemos confiar”, disse Simone Dutra.
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