quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Chesf promete ‘linhões’ em maio

Apesar de atrasos no cronograma de obras decorrentes de problemas fundiários só resolvidos na semana passada, o presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Bosco de Almeida, acredita que até maio de 2014, todas as linhas de transmissão para escoar a produção de energia nos parques eólicos do Rio Grande do Norte estarão em funcionamento. A previsão foi feita ontem na solenidade de inauguração do Complexo Eólico Parque Asa Branca, localizado nos municípios de João Câmara, Parazinho e Jandaíra, a 90 quilômetros de Natal.

O empreendimento recebeu investimentos de R$ 600 milhões e contou com  financiamento de R$ 450 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). Juntos, os seis parques que compõem vão gerar 160 MW de energia, o suficiente para abastecer 300 mil residências, número proporcional ao de uma cidade como Natal.

Na TRIBUNA DO NORTE de ontem, o superintendente de projetos e construção da Chesf, Antônio Varejão, admitiu ser “muito provável” que a primeiras linhas de transmissão não sejam energizadas conforme o cronograma. A construção de “linhões” para interligar os parques eólicos ao sistema de  elétrico do Rio Grande do Norte acumula atraso de 18 meses.

A governadora Rosalba Ciarlini ressaltou o fato de o Rio Grande do Norte já dispor de uma grande rede eólica, com 13 parques em funcionamento, e que até 2016, o Estado terá outros 98, sendo 90% deles concluídos até o final do mandato dela em 2014.  “Em cinco anos, deixamos de ser importador de energia elétrica para nos tornarmos exportador regional de eólica. Isso é muito importante porque nenhuma região se desenvolve sem energia, a mola propulsora de qualquer economia.”

Rosalba lembrou também que na construção dos parques são gerados empregos para engenheiros, geólogos, biólogos, arqueólogos, técnicos eletricistas e em segurança do trabalho. “Além de limpa, a energia eólica já trouxe cerca de R$ 12 bilhões em investimentos para o nosso Estado”.

Alessandra Marinheiro, executiva da ContourGlobal, empresa responsável pelo empreendimento, disse que a geração deste tipo de energia, que depende diretamente da intensidade do vento, encontra no RN as melhores condições para se desenvolver. “Conseguimos manter uma boa média de 80 MW/hora, mas em meses como setembro e outubro, chegamos a dobrar esse índice. Aqui tem o melhor vento do mundo”.

O Complexo Asa Branca  está localizado em uma área conhecida por ter um dos melhores ventos do mundo, devido ao encontro das águas frias do Oceano Atlântico com o tempo quente e seco do interior do Nordeste. 

O presidente e CEO mundial da ContourGlobal, Joseph  Brandt, estava satisfeito: “Estamos muito orgulhosos de inaugurar Asa Branca, nosso primeiro parque eólico no Brasil, uma adição significativa ao nosso portfólio de energia renovável no Brasil e às  nossas operações na América Latina.

Para o prefeito de Parazinho, Marcos Antônio, a instalação dessa indústria já gerou benefícios para o município. “Percebemos um crescimento da nossa economia de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Já registramos aumento de impostos como ISS e de divisas para a nossa cidade”.

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