quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Para Robinson, chapa da oposição deve ser definida incluindo o PMDB

Alex Viana
O vice-governador Robinson Faria (PSD) defendeu hoje a abertura de diálogo da oposição com o PMDB, com vistas à construção de uma aliança política para as eleições de 2014. Ele disse que o objetivo é que todos os partidos de oposição saiam unidos e decidam a chapa majoritária de forma colegiada e com a participação do PMDB.  O fato de o PMDB ter afirmado que irá lançar candidato próprio, segundo Robinson Faria, não dificulta entendimentos neste sentido, haja vista a possibilidade de, no momento certo, surgir uma chapa consensual.
“Minha luta é para que haja convergência. Pode ter candidato do PMDB e pode não ter. O PMDB deixou claro que poderá ter candidato a governador. Lá na frente, pode ser que o PMDB confie numa parceria, de um colegiado unido a Dilma e do qual o PMDB faz parte, e surja uma chapa dessa união”, observou.
A avaliação de Robinson é de que, em outras eleições, o PMDB já apoiou candidatos de outros partidos a governador, como em 2010, quando uma ala da sigla ficou com Rosalba Ciarlini e a outra com Iberê Ferreira de Souza. “E isso pode acontecer, como também não necessariamente. O importante é dialogar e acho que a conversa não inibe a mim, que sou candidato a governador, de conversar com o PMDB. Isso não quer dizer que estou abrindo mão ou estou em dúvida em relação ao meu projeto. Minha convicção de ser candidato está tomada e já faz parte da minha caminhada”.
Em entrevista ao Jornal de Hoje, o presidente do PSD abordou pela primeira vez o rompimento do PMDB com o governo Rosalba Ciarlini (DEM). Para o vice, que se afastou politicamente da gestão ainda no primeiro ano do atual mandato, a oposição deve abrir diálogo com o PMDB, individual e coletivamente, com vistas à formação de uma aliança política para disputar o governo e o Senado em 2014.
“Acho que o PMDB ouviu, respeitou e acatou a voz das ruas, obedecendo à sinalização de desencanto com o governo. As coisas não acontecem por acaso. O PMDB respeitou a sintonia, numa atitude louvável do partido, e, ao mesmo tempo, decepcionou-se com a desorganização, com a má gestão. O partido, mesmo querendo colaborar com o governo, percebia que a administração não queria e estava desorganizada, e se desencantou”, avaliou o líder oposicionista.
CONVITE
Robinson disse que não convida o PMDB para integrar a oposição, uma vez que o PSD faz parte de um colegiado muito forte no Estado, integrado pelos partidos que estão na oposição – além do PSD, o PDT do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, o PT da deputada federal Fátima Bezerra e o PSB da ex-governadora Wilma de Faria. No entanto, defende que o diálogo desses partidos com o PMDB seja aberto, individual e coletivamente.
“Eu não posso falar pelo PMDB e convidar o PMDB para nada porque temos um colegiado muito forte no Estado que hoje forma a oposição. Mas, acho que a oposição e os demais partidos, o meu, o de Wilma e os demais, têm que, a partir de agora, dialogar com o PMDB e tratar o PMDB como um partido que está na oposição”, avaliou.
“Não estou fazendo convite porque isso é uma decisão interna corporis, deste colegiado, mas, pelo tamanho e pela importância do PMDB, que tem mais prefeitos no Estado, o ministro Garibaldi, o presidente da Câmara e vários deputados estaduais, acho que a oposição, coletivamente ou individualmente, tem que abrir o diálogo com o PMDB”.

“Não será um jantar que definirá 2014. Há muito chão pela frente”
Fortalecido politicamente pela opinião de que poderá ser candidato a governador com o apoio do PMDB, do PT, do PDT e do PSB, o vice-governador Robinson Faria disse que não será um jantar que definirá os rumos de 2014. “Em qualquer momento de nossas vidas que o nosso nome é lembrado é motivo de alegria e de ficar sensibilizado, mas foi um jantar de confraternização, foi uma brincadeira e não um exercício de discussão para definir parcerias políticas”, minimizou sobre o encontro na última sexta na residência do deputado estadual Wober Júnior (PPS), que reuniu o presidente da Câmara e do PMDB, Henrique Alves, o presidente do PDT, prefeito Carlos Eduardo Alves, e a presidente do PSB, vice-prefeita Wilma de Faria. Na oportunidade, todos eles disseram poder apoiar Robinson para governador. Apesar disso, Robinson minimiza. “Não é um jantar que vai definir 2014, temos muito chão, debater muitas propostas, e essa é uma construção permanente”.
Ao falar sobre as ausências políticas da noite, o vice-governador ressaltou a importância da presença de nomes como deputada federal Fátima Bezerra (PT) em qualquer mesa de discussão sobre 2014. “Política é agregar e acho que o PT não pode nunca ficar de fora, quando se vai fazer um exercício de aliança de 2014. Não se pode deixar de incluir o PT. Minha parte é, ao contrário, no sentido de estreitar a parceria com o PT”, disse Robinson, minimizando novamente o evento social para o qual não foi convidado também o ministro Garibaldi Filho. “Foi um jantar social eclético com muita gente de vários partidos, uma homenagem a Henrique, e Wober convidou amigos dele. Não houve deliberação política, houve brincadeira. Mas brincadeira ou não, nos alegra termos o nome lembrado e algumas demonstrações de simpatia”.

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