Cerca de 700 pessoas se reuniram na manhã do sábado (31) no
Santuário dos Mártires, no bairro Nazaré, em Natal para celebrar os 30
anos da Pastoral da Criança. A organização surgiu em 1983 no estado do
Paraná e tinha como objetivo naquela época de reduzir a mortalidade
infantil que era de 80 crianças num grupo de 1000, abaixo do primeiro
ano de vida. Hoje este dado já é bem diferente. No Brasil, de cada mil
crianças com um ano de idade, apenas oito vem a óbito.
O trabalho no Rio Grande do Norte não demorou muito para surgir. Dois
anos após a fundação da entidade, nascia o braço potiguar da
organização, se tornando um dos primeiros estados a criarem esse vínculo
com o projeto. Vinte e oito anos depois sob a coordenação de Milton
Dantas, o projeto atua em 66 municípios do Estado mantendo os mesmos
ideais desde o início.
De acordo com o coordenador, o trabalho ainda é focado na saúde da
criança, desde o princípio de sua vida. “Trabalhos com gestantes, e
crianças de zero a seis anos. Acompanhamos o crescimento e o
desenvolvimento da criança”, disse.
Para Milton Dantas, as ações estão dando certo e prova disso são os
dados dos últimos anos. Para continuar nessa rota, ainda na manhã deste
sábado, antes da missa, o grupo foi reunido com os representantes nos
municípios, a fim de debater novas lutas, como também o trabalho que vem
sendo feito, como ele pode ser refeito.
Se há 30 anos, a luta era contra a desnutrição, hoje ela se concentra
mais no embate contra a obesidade. Devido aos novos modos
comportamentais e a má educação alimentícia, o sobrepeso é reflexo nos
mais novos. Resultado disso, é que dos anos 1970 para cá, os números
quase que triplicaram. Em 1970, os dados eram de 10,9% das meninas e
8,6% dos meninos. Já nos dias atuais, esse número gira em torno de 35%
das meninas e 32% dos meninos que vêm sofrendo com a obesidade.
O Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, celebrou a missa em
homenagem à instituição. Para ele, a Pastoral da Criança é uma ação que,
com a bênção da divina, presta assistência à comunidade mais carente.
“A Pastoral da Criança é uma ação da igreja católica no Brasil, contando
com o apoio do governo. Ela leva às pessoas mais carentes uma
assistência com um olhar mais fraternal”, disse.
Ele ressaltou que a Igreja em Natal, como também no Brasil deve
sempre ter na memória as ações de Zilda Arns [fundadora da instituição],
e tê-la como um exemplo de solidariedade.
Zilda Arns faleceu no Haiti durante os terremotos na ilha em 2010.
Foi por meio dela que há 28 anos, Ieda Fernandes de Macêdo Gomes, 68
anos, e Maria da Conceição Araújo, 74 anos começaram suas ações aqui no
Rio Grande do Norte. Elas trabalharam na Pastoral da Criança por dez
anos e não escondem a felicidade de ter dado uma contribuição para
tantas vidas. “É um orgulho grande ver aquela semente plantada ter
frutificado dessa forma”, disse Maria da Conceição. Para Ieda Fernandes,
a oportunidade de ajudar é uma dádiva divina para as pessoas na terra.
“É uma graça de Deus. É gratificante saber que você está colaborando de
alguma forma”.
As veteranas do trabalho no Estado destacam a importância do apoio da igreja em todos esses anos. “Sem a Diocese não poderíamos fazer nada”, disse Maria da Conceição. Ieda Fernandes concluiu afirmando que “a vida só tem sentido no servir”.
As veteranas do trabalho no Estado destacam a importância do apoio da igreja em todos esses anos. “Sem a Diocese não poderíamos fazer nada”, disse Maria da Conceição. Ieda Fernandes concluiu afirmando que “a vida só tem sentido no servir”.
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