Dayana
do Nascimento tinha 15 anos quando engravidou e parou de estudar. Nunca
mais pegou nos livros de novo. Hoje com 19, ela está desempregada, tem
três filhos para criar e depende da ajuda da mãe para sobreviver. Assim
como Dayana, 215 mil jovens potiguares com idade entre 15 e 29 anos não
estudam e também não possuem qualquer ocupação remunerada. Conforme a
Síntese de Indicadores Sociais 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), divulgada ontem e elaborada com base em dados
colhidos em 2012, no Rio Grande do Norte, 23,7% da população dessa faixa
etária encontra-se nessa situação, ou seja, 6,78% da população total
do Estado.
O índice está acima da média nacional, de 19,6%.
Segundo IBGE, o Nordeste é a região com maior proporção de jovens que
não estudam e nem trabalham. A pesquisa aponta também que as mulheres
brasileiras são maioria entre os jovens nessas condições: 70,3%. Entre
as garotas pesquisadas, 58,4% tinham pelo menos um filho.
Foto: Júnior Santos
Dayana, 19 anos, representa parte do percentual da pesquisa
Dayana
retrata uma parte dessas estatísticas. A reportagem a encontrou em uma
rua da comunidade do Passo da Pátria, sentada na calçada com mais três
amigas, jogando baralho, uma das atividades que pratica diariamente. Em
meio às apostas e discussões do jogo, ela contou que parou de estudar
pouco antes do primeiro filho nascer, quando tinha 15 anos. “Depois tive
outro com 16 e mais outro com 19”, contou, antes de voltar a discutir
com as amigas por uma moeda de 25 centavos.
Dayana parou de estudar na antiga 7ª série, hoje 8º ano. Chegou a trabalhar em um restaurante, mas não conseguiu mais nada desde então. Ela diz ter dificuldades para conseguir um emprego e que as oportunidades que aparecem são poucas. “Minha mãe é quem me ajuda. Ela cuida de um idoso”, explicou, referindo-se ao trabalho da mãe.
A evasão escolar no limiar dos ensinos Fundamental e Médio também está entre os pontos abordados pela pesquisa do IBGE. Os indicadores mostram que a maior parte dos jovens do país que nem trabalham nem estudam, 38,6% deles, têm ensino médio completo, mas outros 32,4% sequer completou o Ensino Fundamental.
No Rio Grande do Norte, a análise de frequência líquida escolar aponta que apenas 44,2% das crianças de 15 a 17 anos cursavam o Ensino Médio na época da pesquisa. Este número de evasão escolar é bem maior se comparado com o ensino fundamental, em que as crianças de 6 a 14 anos que frequentam as aulas chegam a 91,9% no Estado.
“Muitos acabam largando os estudos porque estão trabalhando para tentar a sobrevivência da família. Outros foram reprovados e se afastaram da escola, desmotivados. Então é um conjunto de fatores. E essas pessoas acabam ficando excluídas do mercado de trabalho”, avalia Ivanilton Passos, analista do IBGE.
Mudança
Do outro lado das apostas do pife estava Gilvaneide Lima, de 21 anos. Ela também está desempregada e passou mais de quatro anos sem se dedicar aos estudos. Contudo, há dois anos, ela resolveu mudar essa realidade. Ela tinha parado na antiga 8ª série, hoje 9º ano. Atualmente, está concluindo o 2º ano do Ensino Médio.
“Eu percebi que só tem oportunidade quem estuda. O povo só quer gente qualificada hoje em dia. Tenho que correr atrás do tempo perdido. O mercado de trabalho está exigente demais”, explicou Gilvaneide. No caso dela, o sustento é viabilizado através do Bolsa Família e também com a ajuda de familiares.
Gilvaneide concorda que as mulheres sejam maioria nessas condições. Para ela, os homens “correm mais atrás”. “Mas acho que também existem mais oportunidade para homens do que para mulheres”, argumentou.
Dayana parou de estudar na antiga 7ª série, hoje 8º ano. Chegou a trabalhar em um restaurante, mas não conseguiu mais nada desde então. Ela diz ter dificuldades para conseguir um emprego e que as oportunidades que aparecem são poucas. “Minha mãe é quem me ajuda. Ela cuida de um idoso”, explicou, referindo-se ao trabalho da mãe.
A evasão escolar no limiar dos ensinos Fundamental e Médio também está entre os pontos abordados pela pesquisa do IBGE. Os indicadores mostram que a maior parte dos jovens do país que nem trabalham nem estudam, 38,6% deles, têm ensino médio completo, mas outros 32,4% sequer completou o Ensino Fundamental.
No Rio Grande do Norte, a análise de frequência líquida escolar aponta que apenas 44,2% das crianças de 15 a 17 anos cursavam o Ensino Médio na época da pesquisa. Este número de evasão escolar é bem maior se comparado com o ensino fundamental, em que as crianças de 6 a 14 anos que frequentam as aulas chegam a 91,9% no Estado.
“Muitos acabam largando os estudos porque estão trabalhando para tentar a sobrevivência da família. Outros foram reprovados e se afastaram da escola, desmotivados. Então é um conjunto de fatores. E essas pessoas acabam ficando excluídas do mercado de trabalho”, avalia Ivanilton Passos, analista do IBGE.
Mudança
Do outro lado das apostas do pife estava Gilvaneide Lima, de 21 anos. Ela também está desempregada e passou mais de quatro anos sem se dedicar aos estudos. Contudo, há dois anos, ela resolveu mudar essa realidade. Ela tinha parado na antiga 8ª série, hoje 9º ano. Atualmente, está concluindo o 2º ano do Ensino Médio.
“Eu percebi que só tem oportunidade quem estuda. O povo só quer gente qualificada hoje em dia. Tenho que correr atrás do tempo perdido. O mercado de trabalho está exigente demais”, explicou Gilvaneide. No caso dela, o sustento é viabilizado através do Bolsa Família e também com a ajuda de familiares.
Gilvaneide concorda que as mulheres sejam maioria nessas condições. Para ela, os homens “correm mais atrás”. “Mas acho que também existem mais oportunidade para homens do que para mulheres”, argumentou.
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