Repórteres
Foto fdamião
Quando a
barragem Armando Ribeiro Gonçalves está com todo o seu volume, que é de
2,4 bilhões de metros cúbicos, a vazão de água é de 18 metros cúbicos
por segundo. No entanto, devido à seca, a vazão atual da barragem do
Vale do Açu foi reduzida à marca dos 7,5 metros cúbicos por segundo. A
redução na vazão da barragem Armando Ribeiro Gonçalves representa queda
de 41,7% em relação ao volume de água disponibilizado para perenização
do rio Piranhas-Açu, em períodos que o reservatório está com toda a sua
capacidade de armazenamento de água.
A
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) já
estuda a possibilidade de reduzir ainda mais a vazão de água pelas
comportas da barragem, segundo a coordenadora estadual de Gestão de
Recursos Hídricos, Joana D’Arc Medeiros. Ela explicou que, apesar da
redução, ainda não houve impacto que indicasse a necessidade de racionar
o abastecimento humano, mas a possibilidade não é descartada, caso as
previsões para um inverno na região com chuvas de normal a abaixo do
normal se confirmem. O nível atual da barragem Armando Ribeiro Gonçalves
é de 806,2 milhões de metros cúbicos, o que representa 33,59% de sua
capacidade.
Segundo Joana D’Arc, uma das medidas analisadas para
conter o problema na região do Vale do Açu é baixar o nível de vazão da
água pelas comportas da barragem, o que dependeria, segundo ela, de uma
negociação com a Agência Nacional de Águas (ANA), que é a gestora do
manancial construído em 1983 e administrado pelo Departamento Nacional
de Obras Contra as Secas (Dnocs).
A coordenadora explica que a
decisão sobre as medidas para contornar o problema deve ser tomada “com
muito cuidado e bem avaliada”, para não ter um impacto na atividade
econômica e agrícola do Vale do Açu, dada a importância da perenização
do rio para o abastecimento de água potável e também para a manutenção
dos rebanhos das comunidades ribeirinhas.
De acordo com a
Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), 12
municípios enfrentam colapso na distribuição de água. Na regional de Pau
dos Ferros, os municípios afetados são João Dias, Pilões, São Francisco
do Oeste, Antônio Martins, Venha Ver, Francisco Dantas e Paraná.
Já
na regional de Caicó, estão em colapso Carnaúbas dos Dantas, Equador,
Ipueira, São José do Seridó e Jucurutu. Em outros municípios da região, a
distribuição de água tem sido feita de maneira restrita, em virtude do
açude Itans estar em 10,3% da capacidade de armazenamento.
Na
regional de Mossoró, conforme a Caern, houve diminuição na oferta de
água em trecho abastecido pela adutora Arnóbio Abreu (Médio Oeste). D e
acordo com a Companhia, a ausência de chuvas causou a baixa no
reservatório, o que afeta também a qualidade da água. O trecho atende as
cidades de Paraú, Triunfo Potiguar, Campo Grande, Janduís, Messias
Targino e Patu.
Embora ainda não se configure como ponto de
captação de água por adutora, na barragem de Umari, em Upanema, também
houve redução da vazão de água, que normalmente é de 1,2 metros cúbicos
por segundo e hoje é de 0,7 metros cúbicos por segundo.
Em
relação à barragem de Santa Cruz, no município de Apodi, a Caern
informou que a vazão se mantém em 0,7 metros cúbicos, mesmo havendo o
uso de água pela adutora do Médio Oeste. Além disso, a Caern informou
que o abastecimento de água ainda ocorre, mesmo que precariamente, em
Luís Gomes, no Alto Oeste potiguar. Contudo, a companhia disse que não
está faturando o serviço para a população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário