sábado, 22 de março de 2014

Polícia adota nova tática para localizar aeronave

Belém (AE) - Equipes de busca da Força Aérea Brasileira (FAB), Corpo de Bombeiros, Polícia Civil do Pará, mateiros da região e índios enfretam muitas dificuldades para encontrar o avião bimotor que desapareceu na quarta-feira entre os municípios de Itaituba e Jacareacanga, com cinco pessoas a bordo. O avião levava servidores de saúde que iriam prestar atendimento médico nas aldeias dos índios mundurucus. A dificuldade se dá pela extensa área de florestas a ser coberta entrecortada por rios, sem acesso por estradas.

A informação dada por um garimpeiro que trabalha em uma área da margem direita do Rio Tapajós, 1.850 km a oeste de Belém, pode ser a pista para localizar a aeronave. Além das buscas por barcos, a pé, pela mata, e de avião e helicóptero, as equipes agora ganharam um reforço: o juiz da comarca de Jacareacanga, Claytoney Passos Ferreira, aceitou um pedido da polícia para quebrar o sigilo das últimas mensagens telefônicas feitas pelos ocupantes da aeronave, na tentativa de encontrar sua localização.

As mensagens, segundo o delegado Lucivelton Santos, estão sendo analisadas pelo Núcleo de Inteligência da Polícia Civil. “Quem sabe a gente não descobre uma pista”, disse Santos. As últimas ligações foram da técnica em enfermagem Rayline Campos, que estava no bimotor. Na primeira mensagem, ela avisava o tio, que mora em Belém, sobre o perigo. “Tio, tô em temporal e um motor parou, avisa a mãe que amo muito a todos. Tô aflita, tô em pânico. Se eu sair bem, aviso, aviso. Tô perto de Jacareacanga. Reza por nós, não avisa a tia ainda”. Na segunda mensagem, 30 minutos depois, Raylane pede socorro: “ o motor ta parando. Socorro tio, tio (sic)”.

Na quinta-feira,  Força Aérea Brasileira teve de interromper no começo da tarde a operação, iniciada de manhã, por causa do mau tempo, que comprometeu a visibilidade. Até a tarde de ontem, 80% da área determinada para a busca já estava percorrida. As equipes iriam cobrir 1.165 quilômetros quadrados, mas essa área já foi estendida.

O capitão da FAB, Alcides Machado, que comanda as buscas pelo bimotor, disse ao portal G-1 que a aeronave pilotada por ele percorreu cerca de 750 quilômetros quadrados durante as buscas e explicou por que é tão difícil localizar uma aeronave em área de mata fechada.   “Muitas vezes a gente pensa que um avião que caiu na mata vai abrir uma grande clareira, algo de fácil visualização, mas na verdade não é assim, a mata, em termos gerais, realmente ‘engole’ a aeronave e caso ela tenha colidido com solo e não pegou fogo, fica mais difícil ainda a localização”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário