Palestras e fiscalizações serão mais
frequentes durante o período do Campeonato Mundial
Reprodução
Denúncias de exploração e trabalho infantis aumentam durante grandes eventos
Com o objetivo de reduzir os índices de
exploração de trabalho e sexual infantis, o Conselho Tutelar de Mossoró
intensificará as ações durante o período da Copa do Mundo, que será
realizada durante o mês de junho.
De acordo com o conselheiro Ítalo Mikael, a intensificação dos
trabalhos se faz necessária porque durante os grandes eventos na cidade,
como as festas juninas e carnavalescas, o número de denúncias e
constatações de trabalho e exploração infantis cresce assustadoramente.
Ele lembra que por Mossoró estar entre duas grandes capitais que
sediarão os jogos da Copa - Natal e Fortaleza -, onde, durante grandes
eventos apresentam altos índices de exploração infantil, as ações de
combate a prática devem ser intensificadas.
O Conselho Tutelar, explica o profissional, aumentará o número de
palestras educativas nas escolas e intensificará as fiscalizações.
Rodovias federais, como é o caso da BR-304, postos de combustível,
motéis, dentre outros são os pontos mais propícios a casos de exploração
de trabalho e sexual de crianças e adolescentes. Esses pontos, garante,
terão uma maior atenção dos conselheiros.
Outro serviço que será intensificado, além das palestras e
fiscalizações, são as panfletagens das campanhas educativas contra a
exploração infantil.
Já as palestras serão ministradas em escolas públicas municipais e
estaduais, além de instituições de ensino privadas. O Conselho já
realiza esse trabalho, em parceria com a Igreja Católica, mas pretende
intensificá-lo durante o Mundial. “Hoje o número de casos de exploração
infantil, de pedofilia, são preocupantes, tanto nas camadas mais baixas
quantos nas camadas mais altas da sociedade”, explica o conselheiro.
De acordo com ele, o problema é que muitas pessoas não têm coragem de
denunciar abusos a crianças e adolescentes ao Conselho Tutelar, o que
dificulta as fiscalizações. “Há também casos em que não ocorre a relação
sexual, mas o menor idade passa por situações de constrangimentos, como
tocar nas partes íntimas, apalpar e colocar a crianças no colo”, relata
Ítalo Mikael. “Se a família esconde e não denuncia casos de abuso, ela
acaba por ser o maior agente violador”, acrescenta.
No caso da região Oeste, as cidades de Tibau, Grossos, Mossoró e
Areia Branca são onde apresentam os maiores índices de trabalho ou
exploração infantis.
De acordo com dados levantados pelo Conselho Tutelar, de 1º de
janeiro a 31 de março deste ano, o número de denúncias chegou a 7, bem
maior que o mesmo período do ano passado, quando os conselheiros
registraram 3 denúncias. “Vale lembrar que muitos casos, infelizmente,
não chegam ao conhecimento do Conselho”, finaliza.
Agentes de proteção parados
Os agentes de proteção do Poder Judiciário, que poderiam auxiliar o Conselho Tutelar na fiscalização, continuam parados.
A matéria publicada pela GAZETA DO OESTE, no mês de fevereiro,
mostrou que, por falta de um veículo, os profissionais foram forçados a
cruzar os braços. Na época, a coordenadora do grupo, Marileide Franco,
fez um apelo a todos os órgãos públicos, que, se algum pudesse ceder um
veículo para que os agentes pudessem continua os trabalhos, os agentes
voltariam às atividades.
Até o momento, não houve a cessão e os agentes de proteção ao menor
de idade, que realizam um trabalho voluntário, continuam parados.
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