A reportagem do UOL Esporte teve acesso
com exclusividade ao jato que está sendo preparado para ficar à
disposição da seleção durante toda a Copa do Mundo e foi o primeiro
veículo de imprensa a registrar imagens da obra de “Os Gêmeos”.
O avião, que já teve sua pintura
concluída, fará o primeiro voo com a nova cara nesta terça-feira, entre
Belo Horizonte e São Paulo, transportando passageiros convencionais -a
Gol informa que quando ele não estiver transportando a seleção, atenderá
as viagens conforme a demanda diária. Terminada a competição, será
incorporado à frota.
Os Gêmeos contam que a motivação da
pintura é que o público se identifique com algum dos rostos pintados no
avião. “Todo mundo já pensou em caminhar sobre as nuvens. E isto só é
possível com um avião e as caras pintadas nele”, explica Otávio.
Os próprios autores da obra confessam
que gostariam de voar no Boeing que ficará com o grafite na fuselagem
por dois anos. “Neste tempo pelo menos uma vezinha tem que dar”, diz
Gustavo.
O resultado final agradou bastante os
funcionários do hangar da Gol no Aeroporto de Confins, em Belo
Horizonte. Mas o engenheiro de interiores e pintura, Alexandre Martins,
não esconde que no início tudo soava muito estranho.
“Achei muito legal, eles são muito bons.
Mas no começo não entendi nada. Eles começaram rabiscando com spray,
fazendo caras e na hora a gente não sabe o que vai acontecer”
Parte do sucesso do projeto tem a ver
com o trabalho do engenheiro. Antes de tudo começar foram feitos testes
para descobrir como fazer para a tinta aderir à fuselagem. A pintura
antiga foi raspada e o spray aplicado. Martins acrescenta que depois é
passado um verniz para proteger contra os raios UVA e UVB.
A previsão inicial era de levar 15 dias
para concluir o serviço, mas tudo acabou em uma semana. O processo
consumiu cerca de 1,2 mil latas de spray. Martins explica que as asas
não foram pintadas por questão de segurança. “O cinza foi mantido porque
é mais fácil de detectar problemas como vazamentos ou danos”.
A preocupação dos gêmeos era outra,
fazer do avião uma obra de arte. “A gente transformou o hangar num
ateliê”, resume Otávio. Ele explica que a ideia nasceu há cerca de um
ano e foi apresentada a Gol que aceitou. A intenção da dupla vai além de
enfeitar a aeronave que transportará o Brasil na Copa.
Desta maneira, os artistas esperam
atenuar o clima sisudo dos aeroportos. “Queremos quebrar um pouco a
rotina, fazer as pessoas se distraírem”, diz Gustavo. Antes de por a mão
na massa, a dupla fez um esboço de projeto, mas durante a execução
novidades apareceram. As imagens nas turbinas estão neste grupo.
As duas turbinas têm a figura de uma
pessoa e há uma razão para isso. “A turbina tem uma pessoa deitada.
Resolvemos colocar a cabeça ali porque é o que faz o avião se mexer e a
cabeça é o que faz tudo se mover”.
A explicação é um exemplo do que a Gol
pretendia quando escalou a dupla para o projeto de aproximar os
passageiros da arte, conta a gerente diretora de Marketing. “Nosso
principal ativo é a aeronave que virou uma arte itinerária”. Florence
aprovou o resultado e pretende viajar no avião estilizado.
“Eu adorei. Foi uma experiência muito
louca. Teve briefing com eles. No campo da ideia é uma coisa, quando vê
aquela grande escultura materializada é uma impressionante”.
Se por fora o avião é diferente, dentro
não há nada de especial. São 177 poltronas, a configuração de uma
aeronave da mesma categoria na Gol. Não há salas de reunião para Felipão
pensar táticas ou exibir vídeos com esquemas de adversários. Isto
ocorre porque depois o jato será anexado à frota.
UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário