(Foto: Reprodução)
O setor de telefonia brasileiro está prestes a passar por grandes
mudanças, sendo que algumas nem devem ser sentidas pelos usuários
enquanto outras transformariam radicalmente o mercado.
Resumindo: a dona da Vivo deve se tornar dona da GVT. Mas a dona da
Vivo já controla parte da Tim, que pode ser fatiada para se tornar parte
da própria Vivo, da Oi e da Claro. Uma bagunça difícil de entender,
então vamos por partes:
A empresa espanhola Telefónica controla a Telefônica Brasil, que é
dona da Vivo. A GVT pertence a um grupo francês chamado Vivendi. A Vivendi informou que analisará uma proposta feita pela Telefónica pela compra da GVT. Assim, a empresa que controla a Vivo passaraia a controlar também a GVT, mas tem mais.
A mesma Telefónica também possui uma fatia da empresa que controla a Tim, a Telecom Italia. A Telecom Italia, aliás, estava no páreo para comprar a GVT,
tendo oferecido dinheiro e fatias da empresa para a Vivendi. Ao recusar
a oferta, os franceses lembraram que, fechando negócio com a
Telefónica, eles também têm como ficar com parte da Telecom Italia.
Para entender: a Telefónica propôs um total de € 7,45 bilhões pela
GVT; € 4,66 bilhões em dinheiro e uma parte em em ações da Telefônica
Brasil (12%). Um terço dessas ações poderá ser trocado por 5,7% do
capital e 8,3% do controle da Telecom Italia. Assim, a dona da Vivo fica sendo dona da GVT, enquanto a ex-dona da GVT recebe uma parte da Vivo e da Tim.
Mas aí há a questão Tim. Nesta semana, a Oi informou que contratou o
banco BTG Pontual para tentar comprar a Tim da Telecom Italia. A
Telefónica (da Vivo) e a América Móvil, que controla a Claro, também
entrariam no bolo. Com isso, a Tim pode desaparecer.
A conclusão final é a de que, se aceitar a proposta da Telefónica, a
Vivendi pode se tornar sócia da Vivo e da Tim, o que já ocorre com a
própria Telefónica e incomoda os órgãos regulatórios brasileiros. Só que
a Tim corre o risco de desaparecer, tornando-se parte da Vivo, da Claro
e da Oi. Que confusão.
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