No dia 11 de Setembro de 2001, o mundo assistiu ao maior atentado
terrorista da história dos EUA. Membros da rede Al Qaeda, liderados por
Osama bin Laden, sequestraram três aeronaves; duas delas derrubaram as
torres gêmeas do World Trade Center e a terceira atingiu o Pentágono,
matando milhares de pessoas.
Sob o impacto do atentado, que deixou quase 3.000 mortos, o governo
norte-americano iniciou uma ofensiva no Afeganistão acarretando na queda
do regime Taleban, acusado de ter ligações com a Al Qaeda e de ajudar a
esconder Bin Laden.
Hoje, 13 anos após os ataques, o Taleban deixou de ser prioridade dos
EUA, mas isso não significa que o grupo extremista tenha perdido
completamente a força política e militar no país que governou durante
cinco anos (1996-2001).
“O Taleban ainda tem a capacidade de controlar o Afeganistão, onde a
situação ainda é muito instável”, explica o professor de relações
internacionais da ESPM, Heni Ozi Cukier.
— Em grande parte, o grupo é dos percussores desse conceito de usar um
território para uma organização terrorista global, no caso, a Al Qaeda.
Toda a lógica de combate ao terrorismo vem fundamentada em cima do
perigo de deixar um grupo terrorista conquistar um território nacional.
Para Cukier, os lações entre o Taleban e a Al Qaeda existem até hoje e,
ambos os lados, usam um ao outro de acordo com seus interesses. Diante
disso, o professor alerta para um perigo maior: uma possível atuação do
grupo no Paquistão, o único país muçulmano que possui uma bomba atômica.
— [O Paquistão] é um país muito instável, onde os riscos de
proliferação nuclear são imensos. Para o país se fragmentar e cair em um
redemoinho de caos é muito fácil.
Já Carlos Gustavo Poggio Teixeira, vice-coordenador do curso de
Relações internacionais da PUC-SP, acredita que, no curto prazo, “será
difícil os talebans tomarem o poder novamente”.
— Ainda que permaneça frágil, o governo afegão tem se consolidado, ao
passo que o Taleban tem se fragmentado, com o surgimento de diversas
facções internas.
Por outro lado, o surgimento dessas facções internar também pode ser considerado um problema para o Ocidente.
“Ao mesmo tempo que enfraquece o grupo, dificulta qualquer processo de negociação que seja necessária na região”, diz Teixeira.
Taleban e Al Qaeda
Os dois grupos possuem ideologias religiosas extremistas, mas todos diferem em seus objetivos diretos e nas formas de atuação.
O Taleban já era um inimigo americano, mesmo antes da Al Qaeda, mas
como um grupo voltado à política doméstica no Afeganistão. Os talebans
não eram vistos como uma ameaça global.
Essa capacidade vinha da Al Qaeda, que nasceu e permanece com objetivos
transnacionais, e, por isso, permanece como alvo importante da política
externa dos EUA, apesar de estar bastante enfraquecida.
De forma geral, Taleban e Al Qaeda são organizações irmãs. Apesar de
terem ficado enfraquecidas e um pouco distanciadas após a ofensiva
norte-americana, ainda trabalham juntas e de acordo com seus próprios
interesses.
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