Ricardo Motta, Gustavo Carvalho, Alvaro Dias e José Adécio são alguns dos candidatos a presidir Legislativo
A eleição para a presidência da Assembleia Legislativa do RN está
marcada para o início de fevereiro. Será a primeira ação da nova
legislatura. Contudo, desde já, essa disputa está tomando os bastidores
da política potiguar, principalmente, porque o cenário ficou totalmente
indefinido após a derrota do candidato do PMDB, Henrique Eduardo Alves, e
a vitória de Robinson Faria, do PSD. Seis deputados estaduais eleitos
têm chances de assumir a cadeira de presidente, atualmente ocupada por
Ricardo Motta (PROS).
E o atual presidente é, justamente, um desses postulantes a
presidência. Com a reeleição permitida (votaram no primeiro semestre
deste ano exatamente com essa intenção), Ricardo Motta tinha “vida
fácil” se Henrique tivesse ganhado o Governo do Estado. Afinal, contra
ele ficaria apenas o ex-presidente da Assembleia, Álvaro Dias, do PMDB.
Como Henrique perdeu, Ricardo perdeu o “poder de pressão” que poderia
partir do governador eleito e, dessa forma, vai ter que articular,
basicamente sozinho, a sua reeleição.
É bem verdade que Ricardo Motta ainda continua como favorito, afinal,
ele foi o deputado estadual mais votado (mais de 80 mil votos) e ajudou
na reeleição de muitos dos nomes que conseguiram se manter na
Assembleia. No entanto, agora, a concorrência aumentou e a reeleição
está ameaçada. Álvaro Dias segue candidato e nomes como Ezequiel
Ferreira (PMDB), Gustavo Carvalho (PROS), Galeno Torquato (PSD) e José
Adécio (DEM) ganharam força.
Ex-presidente da Assembleia, Álvaro Dias é um dos que já tenta
articular sua volta ao cargo de chefia do Legislativo Estadual, mas
sofre para conseguir a unidade do próprio partido, uma vez que Ezequiel
Ferreira também pode ser candidato e, aparentemente, goza de maior
simpatia por parte dos eleitos pelo PMDB – e de outros partidos.
Nenhum desses três, no entanto, tem a seu favor o fato de ter sido
aliado de Robinson Faria. Galeno, Gustavo e José Adécio sim – estes dois
últimos, só no segundo turno. Galeno teve a candidatura lançada esta
semana, com o apoio do prefeito de Mossoró, Francisco José Júnior. Ele,
porém, não tem poder de voto na Assembleia e, dessa forma, Galeno teria
poucas chances de, sendo um novato na Casa, conseguir agregar forças
suficientes para se eleger.
Gustavo Carvalho seria o nome mais forte dos que estão do lado de
Robinson. Contudo, a eleição dele é vista com maus olhos por alguns
setores da Casa. Primeiro pela repercussão interna: Gustavo foi eleito
com o apoio de Ricardo Motta e se lançaria candidato, justamente, contra
o atual presidente. Além disso, ele também não é unanimidade nem dentro
do próprio PROS e poderia não conseguir nem mesmo viabilizar todos os
votos do partido, levando a sigla a ficar dividida e, até, na oposição a
Robinson Faria.
Além disso, tem o “fator externo”. Gustavo Carvalho carrega na
bagagem a condenação por superfaturamento da Ponte Newton Navarro, da
gestão Wilma de Faria. Há quem tema que isso possa dificultar o trabalho
na próxima legislatura.
Por isso que, apesar de Gustavo Carvalho estar mais “forte” nessa
disputa, ainda há espaço para uma terceira via dos que estão ao lado de
Robinson Faria: José Adécio. O deputado estadual eleito pelo DEM já foi
presidente e contaria com o apoio de parte dos parlamentares caso fosse
candidato – tem certo prestígio e conta com a simpatia, até, do atual
presidente.
O problema é que a candidatura dele só ganharia força se fosse com o
apoio do governador eleito e, para isso, ele teria que contar com a
manutenção do distanciamento entre aqueles que são “mais fortes”, mas
que foram eleitos pelo lado de Henrique – como Ricardo Motta, Álvaro
Dias e Ezequiel Ferreira.
Caso isso aconteça, José Adécio segue como nome com chances de ser
eleito presidente. Caso haja essa aproximação, ele deverá sair do páreo,
até porque, com a volta de Dibson Nasser para a Casa, Adécio ficará sem
mandato na Assembleia até o início de fevereiro e, consequentemente,
terá dificultado o seu trabalho de articulação nos bastidores da Casa.
Portanto, apesar de haver seis nomes em discussão para presidir a
Assembleia, a indefinição é o que há de mais certo nesse momento. Há
também a posição do futuro governador Robinson Faria, que passou 24 anos
como deputado estadual e conhece a Assembleia como ninguém, além de
saber como funcionam as articulações. Afinal, o governador eleito foi
presidente em quatro oportunidades e ainda não sinalizou apoio a nenhum
nome posto.
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