terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Combate a facções em presídios no RN já soma 161 denunciados, diz MP

detentos-foram-levados-para-ala-de-adaptacao-de-alcacuz
O Ministério Público do Rio Grande do Norte ofereceu mais uma leva de denúncias acerca da Operação Alcatraz, deflagrada no início do mês. Nesta segunda-feira (22), nomes de 64 pessoas foram encaminhados à Justiça como suspeitas de crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa – todas elas, segundo as investigações, associadas com duas facções que estariam ditando regras e comandando diversos crimes de dentro dos presídios do estado. Presos que estão detidos em São Paulo, Paraná e Paraíba também são investigados como membros e líderes das facções.
No último dia 9 já haviam sido denunciadas outras 97 pessoas. Com isso, as investigações apontam, até o momento, o envolvimento de 161 pessoas com o crime organizado no Rio Grande do Norte. As denúncias oferecidas nesta segunda foram encaminhadas às varas criminais das comarcas de Currais Novos, na região Seridó do estado, e Nísia Floresta, na Grande Natal.
A Operação Alcatraz foi deflagrada no dia 2 deste mês e cumpriu 223 mandados de prisão em 15 cidades potiguares e também nos estados da Paraíba, Paraná e São Paulo. Destes, 154 foram contra pessoas que já estão encarceradas.
O MP acrescenta que parte das denúncias abrangem investigados que atuavam no tráfico de entorpecentes nas cidades de Currais Novos, Santa Cruz, Lagoa Nova, Acari, Cruzeta, Parelhas, São Vicente, Jardim do Seridó, Caicó e Jardim de Piranhas. Também foram identificados fornecedores, que abasteciam com drogas a região Seridó a partir de ‘bocas de fumo’ que funcionavam em Natal, nos bairros das Quintas, Felipe Camarão, Potengi e da Nossa Senhora da Apresentação, além de outros pontos de venda de drogas no bairro de Passagem de Areia, em Parnamirim, e Novo Amarante, no município de São Gonçalo do Amarante.
O elo com os presídios também é constatado. Segundo o inquérito, “permanecendo alguns investigados, mesmo presos, comandando o tráfico de drogas com a participação de parentes ou outras pessoas, especialmente viciados, que passam a atuar como ‘gerentes’, ‘mulas’ ou ‘aviões’. Também foram identificados cinco adolescentes em situação de violação de diretos e exploração. Em uma das situações, uma mulher investigada estaria utilizaando a própria filha, uma garota de 16 anos, para traficar.
Somadas as penas dos crimes de tráfico e associação para o tráfico, com qualificadoras, os denunciados podem pegar até 25 anos de prisão.
Outra parte das denúncias abrange investigados que integram e promovem uma das organizações criminosas, intitulada Sindicato do RN. A facção, que de acordo com o Ministério Público atua dentro e fora do sistema penitenciário, tem a característica de ser estruturalmente ordenada pela divisão de tarefas. “O objetivo é obter vantagem pecuniária, mediante a prática de crimes patrimoniais, tráfico de drogas e homicídios”, revela a denúncia.
G1.com/RN

Nenhum comentário:

Postar um comentário