sábado, 7 de março de 2015

Inflação atinge maior pico em 10 anos

IPCA chega a 7,7% em 12 meses, pressionado
pelas altas nos combustíveis, mensalidades escolares e tarifas de transporte

 A inflação oficial extrapolou as expectativas mais pessimistas do mercado financeiro em fevereiro. A alta de 1,22% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) levou a taxa acumulada em 12 meses a distanciar-se ainda mais do teto de tolerância do governo, aos 7,70%, maior patamar desde maio de 2005, informou nesta sexta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Economistas afirmam que a meta de inflação foi abandonada em 2015 e revisam para cima suas previsões para o IPCA do ano. “A meta já foi perdida. O Banco Central vai ter que explicar o que o levou a não cumprir a meta (de 4,5%), apesar da tolerância de 2 pontos porcentuais (até 6,5%). Estamos com uma previsão de 7,4% de inflação em 2015, mas já começamos a ouvir que pode chegar a 8%”, disse o economista Marcel Caparoz, analista da RC Consultores.
Em fevereiro, a elevação dos impostos sobre a gasolina se refletiu num aumento para o consumidor de 8,42%, um quarto do IPCA do mês. “O impacto dos impostos foi muito forte e pesou nas bombas. Em consequência, pesou no bolso do consumidor, até mais do que se poderia prever”, ressaltou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Diesel e etanol também ficaram mais caros, assim como as mensalidades escolares, energia elétrica, automóvel novo e ônibus urbano.
Em março, a inflação voltará a incomodar. O aumento na conta de luz exercerá nova pressão sobre o orçamento das famílias, junto com outros itens monitorados pelo governo. “No mês de março, já estão previstos vários aumentos importantes, de itens que têm um peso significativo no orçamento das famílias. O principal deles é energia elétrica”, apontou Eulina.

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