No encontro, dois pesquisadores do governo foram ouvidos. Ao todo serão
nove encontros que resultarão em um relatório com as sugestões de
técnicos e representantes de municípios e da sociedade civil para servir
como parâmetro para os investimentos na região.
Uma das possibilidades para a criação de emprego e renda nos municípios
do semiárido seria o aproveitamento do potencial solar da região para
geração de energia. A sugestão foi apresentada pelo pesquisador Paulo
Nobre, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Eu vejo o
Nordeste, no futuro, como um enorme produtor e exportador de energia. É
uma energia eterna, que é a energia do sol. Ela pode ser aplicada tanto
em grandes centrais como em cada telhado”, afirmou Nobre. “De forma que o
recurso possa ser usado para trazer água em tubo, não água evaporando
em canais abertos, e escolas para as novas gerações.”
Já o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
Guilherme Resende recomendou uma avaliação das políticas públicas
atualmente voltadas para o semiárido. Entre outros programas, a região é
hoje beneficiária de pelo menos 50% dos recursos do Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Na maior parte das
vezes, no entanto, os recursos que chegam estão bem abaixo do limite
estabelecido.
Ele acredita que o semiárido é solo fértil para o desenvolvimento de
culturas agrícolas resistentes à seca ou irrigáveis, como as existentes
em países como Estados Unidos, México e Israel. “Crises climáticas
periódicas ocorrem em várias partes do mundo, prejudicando a
agricultura. No entanto, só se transforma em flagelo social quando se
depara com condições socioeconômicas precárias, como as do Nordeste”,
disse Guilherme Resende.
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