sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Escavações no Forte dos Reis Magos resgatam objetos do século 17

Entre as peças estão moedas cunhadas durante o Primeiro Império e no ano de 1827, no valor de 20 réis


Por Saulo de Castro
Escavações foram realizadas no período de dezembro de 2013 a julho de 2014 (Foto: Cedida)
Escavações foram realizadas no período de dezembro de 2013 a julho de 2014 (Foto: Cedida)Um pequeno pedaço da história do Rio Grande do Norte foi encontrado durante escavações feitas no Forte dos Reis Magos com o resgate de peças datadas do século 17. Entre elas, estão materiais bélico como projéteis esféricos de chumbo, utilizadas possivelmente em pistolas, além de moedas cunhadas durante o Primeiro Império, sendo a mais antiga do ano de 1827, no valor de 20 réis.
As escavações foram feitas no período compreendido entre dezembro de 2013 e julho de 2014 e contaram com investimentos no valor total de R$ 121.483,82
As escavações resultaram no resgate de mais de mil peças, no geral, materiais relacionados à construção do Forte, como pregos e dobradiças; material bélico como projéteis de chumbo utilizados possivelmente em pistolas e arcabuzes – arma portátil inventada por volta de 1440, com quase cinco quilos e calibre na faixa de 15 a 20 milímetros.
Durante as pesquisas, os escavadores encontraram ainda material de vestuário e de uso pessoal, sendo resgatados botões, vidros, cachimbo e peças de jogos de tabuleiro.
Uma das peças encontradas pelos pesquisadores (Foto: Cedida)
Uma das peças encontradas pelos pesquisadores (Foto: Cedida)Objetos ligados à alimentação, como peças de cerâmica, faiança (forma de cerâmica branca) e porcelana também estão entre os artefatos resgatados. Destacam-se as peroleiras, que além da função de transporte e armazenamento de produtos foram reutilizadas como utensilio de cozinha, especificamente voltado para o preparo de alimentos.
De acordo com Andréa Costa, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico no RN (Iphan-RN), o objetivo da pesquisa foi reproduzir conhecimento científico sobre a construção histórica de modo a compreender as distintas adaptações estruturais sofridas pelo Forte ao longo dos séculos.
Para a superintendente do Iphan, a descoberta é importante, pois permitem entender como efetivamente funcionava o Forte, quais eram as funções de cada ambiente, como se deu a evolução arquitetônica do bem e quais os materiais utilizados, “Essas são informações essenciais para uma ação de restauro e conhecimento sobre o contexto da época”, disse.
As peças estão guardadas no Iphan-RN, para serem expostas posteriormente, em condições de segurança e conservação adequadas. A população poderá ver as peças quando for instalada a exposição no Forte, após o processo de restauro.
Restauração
Forte vai passar por restauração (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)
Forte vai passar por restauração (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)Até o final de 2015, o Forte dos Reis Magos vai começar a passar por um processo de restauração. Várias obras internas estão incluídas como a restauração da cobertura, sanitários, instalações elétricas e hidráulicas, além da construção de rampas de acessibilidade e sinalização trilíngue (português, inglês e holandês).
O Iphan-RN incluiu o forte no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Cidades Históricas). No momento, o órgão concluiu a reforma da passarela interna em caráter emergencial.
“Mas estamos esperando o projeto, orçado em cerca de R$ 236 mil para realizar a contratação da empresa que irá tocar a obra no ano que vem”, explica Litany Eufrásio. Chefe de Divisão Técnicas do Iphan.
Até o final de outubro, o órgão receberá um amplo relatório sobre as obras de escavações arqueológicas realizada no forte nos últimos meses por uma empresa pernambucana.
O documento trará informações sobre novas informações sobre novas peças localizadas e os pavimentos descobertos que poderão trazer novos dados sobre a história da fortaleza.

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