Prefeitura de Linhares (ES) interditou as praias de Regência e Povoação e espalhou placas informando que água está imprópria para o banho
Por Yara Aquino da Agência Brasil
A prefeitura de Linhares (ES) interditou
as praias de Regência e Povoação após a chegada ao mar da lama do
rompimento de barragem em Mariana (MG). A prefeitura espalhou placas ao
longo das praias informando que a água está imprópria para o banho.
A lama com rejeitos de minério vinda
pelo Rio Doce atingiu o mar neste domingo (22), segundo informações da
prefeitura. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, a lama deve se espalhar por uma extensão de nove quilômetros
no mar. A população de Regência e Povoação vive da pesca e do turismo e
tem as atividades prejudicadas com a água barrenta que avança sob o mar.
Na sexta-feira (20) o titular da 3ª Vara
Civil de Linhares, juiz Thiago Albani, determinou que a Samarco
retirasse as boias de contenção instaladas e abrisse a foz do Rio Doce
para que a lama de rejeitos se dissipe no mar. Para a decisão, foram
ouvidos técnicos ambientais do município e de órgãos como o Instituto
Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
A ação foi ajuizada pela procuradoria da
prefeitura de Linhares. Conforme técnicos do Iema, reter a chegada da
lama ao mar traria mais prejuízos como o risco de inundações e
decantação do sedimento em lagoas da região.
A decisão de abrir a foz do Rio Doce
contraria a determinação da Justiça Federal do Espírito Santo, que
exigia da mineradora a tomada de medidas para impedir a chegada da lama
ao mar.
A Samarco divulgou nota informando que
toma as providências definidas pelo Ministério Público, Iema, Instituto
Chico Mendes e Tamar, de modo a direcionar a lama para o mar e proteger a
fauna e flora na foz do Rio Doce.
De acordo com a nota, a empresa fornece
equipamentos para abertura do banco de areia que impede a chegada do rio
ao mar no lado sul da foz. “Quatro máquinas trabalham 24 horas por dia
nas escavações, com apoio de uma draga e bombas que ajudam no
bombeamento da pluma”.
O documeno informou também que a
barreira de contenção continua sendo instalada nas margens do rio com o
objetivo de proteger a fauna e flora, sem impedir o escoamento da lama
para mar.
“Os nove mil metros de barreiras
continuam sendo instalados em sentido longitudinal nas duas margens do
rio e algumas ilhas localizadas no estuário. Cabe ressaltar que o
objetivo das barreiras é isolar a fauna e a flora que vivem nesse
entorno, sem que impeça a chegada da pluma ao mar”, acrescentou a nota.
Nesta segunda-feira (23), a ministra
Izabella Teixeira sobrevoa a área atingida pela lama na foz do Rio Doce e
se reúne com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung,
representantes de instituições da sociedade civil e demais instituições
envolvidas.
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