De repente, durante a noite, você olha para o céu e não encontra
sequer um traço da Lua. Essa noite sem Lua pode até servir como elemento
poético em diferentes músicas, mas o fenômeno é real e seu ápice ocorre
nesse mês na noite do dia 9 de janeiro.
Calma, a Lua não vai sumir de verdade. O início da Lua Nova fará com
que ela desapareça temporariamente do nosso olhar. Por volta das 23h30
(horário de Brasília), a Lua se posicionará exatamente entre o Sol e a
Terra e não receberá nenhuma incidência significativa de luz solar.
Assim, teremos a impressão de que ela vai se apagar do céu. O fenômeno
ocorre às 23h30 (horário de Brasília).
O sumiço quase total da Lua é algo corriqueiro durante a fase da Lua
Nova. Contudo, às 23h30, é quando não haverá nenhum brilho do Sol sobre a
Lua. Foto: Creative Commons
Entretanto, o “sumiço” da Lua não insipira somente cantores
sertanejos. Para o mundo científico, é um momento excelente para
pesquisar o universo porque o brilho da Lua não ofusca os instrumentos
de observação. De acordo com o presidente da Associação Riograndense de
Astronomia (Anra), o professor Antônio Araújo Sobrinho, é claro que a
Lua não some. O “sumiço”da Lua é algo comum durante a fase da Lua Nova.
Nesse período, explica o cientista, é que devemos mirar os telescópios
para o céu com o intuito de observar melhor outros corpos celestes.
“Muita gente acredita que a fase da Lua Cheia é a melhor fase para se
usar o equipamento. Pelo contrário, para ver a Lua sem telescópio é
ótimo. Mas os melhores detalhes tanto da Lua quanto de outros planetas
ocorre nas fases de Lua Minguante ou Lua Crescente.”, afirma.
Agora, para aproveitar o supra-sumo do que os outros astros podem
oferecer, é muito melhor uma noite sem a Lua visível. “A luz que reflete
durante a Lua Cheia ofusca muito as lentes dos telescópios. E a
vantagem da noite sem lua é observar todos os demais astros com mais
detalhes”.
O professor Antônio Araújo também dá outra dica aos amantes do
universo. O fenômeno da noite sem lua será estratégico para observar o
planeta Vênus e os anéis de Saturno. Tudo bem que os dois podem ser
vistos a olho nu e a conjução (sopreposição visual dos dois) que começou nesta quinta-feira, 7, já
é um grande espetáculo a parte, mas a “falta” de Lua será uma mão na
roda para que “até mesmo telescópios de pequeno porte consigam ver os
detalhes desses dois astros”, confirma Antônio.
Ficou interessado em outros fenômenos astronômicos? Então, confira o nosso Calendário Astronômico de 2016. Não encontrou um fenômeno nele? Sugira para gente nos comentários.
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