quinta-feira, 10 de março de 2016

“Transexual crucificada” em parada gay ainda queria indenização


transexO Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido de indenização de uma modelo transexual contra o senador e pastor evangélico Magno Malta (PR-ES). Após encenar a crucificação de Jesus na Parada do Orgulho LGBT, ela alega que teria sofrido ameaças pelas redes sociais depois que o senador fez declarações na mídia.
Em junho de 2015, a transexual Viviany Beleboni desfilou em cima de um trio elétrico, crucificada, com coroa de espinhos na testa, sangue e com expressão contida de agonia. No alto da cruz, estava escrito em um cartaz a frase: “Basta de homofobia com GLBT (sigla para gays, lésbicas, bissexuais e transexuais)”.
Viviany disse que teve sua imagem distorcida devido a declarações de Magno Malta para a mídia e nas redes sociais. Para a transexual, o senador associou a sua imagem a atos de intolerância religiosa, o que resultou em ataques e ameaças contra ela. A transexual disse entrou com o processo de pedido de indenização por danos morais porque se sentiu humilhada e abalada emocionalmente.
De acordo com a Folha, o senador disse que em nenhum momento ofendeu ou discriminou a transexual e não há provas das ameaças direta ou indiretamente. Segundo Malta, as críticas foram dirigidas aos atos que teriam debochado dos símbolos considerados sagrados para o cristianismo.
Para a juíza Letícia Antunes Tavares, da 14ª Vara Cível Central da Capital, a encenação foi amparada pela garantia constitucional da liberdade de expressão e a autora da ação atingiu seus objetos ao atrair a atenção do público para a causa que representa.
No entanto, a juíza ressaltou que o exercício consciente do direito de liberdade deve corresponder ao dever em arcar com ‘o ônus e a popularidade (ou impopularidade)’.

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