Por Heilysmar Lima
O ex-diretor Internacional da
Petrobras e delator da Lava Jato, Nestor Cerveró, (Foto: Antônio Cruz/ABr) disse em depoimento ao
juiz Sérgio Moro nesta segunda-feira (18) que o presidente do Senado
Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu propina de US$ 6 milhões por meio do
lobista Jorge Luz, apontado como um dos operadores de propinas na
Petrobrás, referentes a um contrato de afretamento do navio-sonda
Petrobras 10.000.
“(Jorge Luz) foi o operador que pagou os
US$ 6 milhões da propina da sonda Petrobrás 10.000, foi o encarregado
de pagar ao senador Renan Calheiros”, disse o delator ao ser questionado
pela defesa de Salim Schahin sobre a atuação de Jorge Luz em relação às
propinas recebidas por Cerveró. A propina teria sido repassada na época
da contratação do navio-sonda, em 2006.
Neste momento da audiência, que envolveu
acusações ainda sob investigação contra uma autoridade com prerrogativa
de foro, o juiz Sérgio Moro interrompeu Cerveró e pediu para o delator
comentar apenas o que tinha pertinência com a ação penal na qual ele
depôs nesta tarde. O ex-diretor falou na ação em que é acusado de
favorecer a Schahin na contratação para a operação de um navio-sonda da
Petrobras como uma forma de quitar a dívida do partido com o banco
Schahin.
Renan Calheiros é hoje o responsável por
ditar o ritmo do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff
após a Câmara aprovar a continuidade do procedimento. A acusação contra o
senador na delação de Cerveró foi revelada pelo jornal O Estado de S.
Paulo em dezembro do ano passado e confirmada pelo delator nesta tarde
em seu primeiro depoimento após fechar um acordo de delação premiada.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou as “as
imputações”. Renan “reafirma que já prestou as declarações necessárias,
mas está à disposição para quaisquer novos esclarecimentos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário