Agripino repetiu que irá votar "com toda a consciência por razões de ordem legal e política"
Por Estadão Conteúdo
O senador José Agripino (DEM-RN) foi
mais um a criticar as contas do governo da presidente Dilma Rousseff e
ressaltou que é a favor da abertura do processo de impeachment pelo
Senado Federal. “Esse é um governo que se habitou à gastança”, afirmou,
antes de dizer que, “além das pedaladas, que tiveram motivação, acabaram
com a Petrobras. Agripino citou a Constituição e disse que impeachment
não é golpe.
O senador foi o 19º a se pronunciar na tribuna do plenário do Senado.
O senador foi o primeiro a mencionar a situação fiscal das empresas
estatais como a Petrobras e a Eletrobras. “Passada a eleição, apareceu a
famigerada bandeira-vermelha, pior do que o racionamento. Não houve
racionamento porque tivemos recessão”, destacou.
No fim de sua fala, Agripino repetiu que irá votar “com toda a
consciência por razões de ordem legal e política”. “Se tivéssemos um
regime parlamentarista, o voto de desconfiança já teria sido dado há
muito tempo. Esse governo não governa mais”, frisou.
Ele classificou ainda que o governo do vice-presidente Michel Temer
será de emergência e com melhores condições do que o atual. “Mas conta
com o apoio de partidos políticos que têm compromisso com a sociedade”,
disse.
O senador José Maranhão (PMDB-PB) também se posicionou a favor da
continuidade do processo de impeachment. “Analisei cuidadosamente os
argumentos constantes da denúncia e o parecer do senador Antônio
Anastasia (PSDB-MG) e todos reconhecem como uma peça de grande força
jurídica e também responsabilidade moral. Essa análise que há indícios
suficientes que caracterizam para prosseguir com o processo de
impeachment”, justificou.
Em sua fala na tribuna da casa, o senador pediu desculpa aos
eleitores da Paraíba que, por sua influência, votaram na presidente
Dilma. “Quando o eleitor vota em algum candidato para algum cargo, ele
não está dando procuração em branco para o candidato se desviar dos seus
compromissos e fazer do mandato tudo aquilo que ele entende”, disse.
Como outros senadores, Maranhão criticou a política econômica adotada
durante o governo Dilma. O senador avaliou que, se a inflação não for
detida, “vamos viver dias piores do que os que vivemos com o Sarney”.
Já a senadora Ângela Portela (PT-RR) defendeu que o processo de
impeachment de Dilma seja arquivado. Em seu discurso, ela usou os
argumentos repetidamente feitos pelo governo para defender a petista.
Sobre as chamadas “pedaladas fiscais”, Ângela disse que foram “meros
atrasos” em pagamentos, que não podem ser classificados como
empréstimos. “Estamos diante da situação absurda de cassar uma
presidente sem que tenham sido votadas as contas de 2015” disse.
Segundo ela, as acusações contra Dilma não se sustentam. “Ao aprovar o
pedido da Câmara, estaremos afastando uma mulher honrada”, disse.
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