Suzete Oliveira estava foragida há seis dias, segundo a Polícia Federal.
Ela foi condenada em 2ª instância por envolvimento no caso 'gafanhotos'.
Médica Suzete Oliveira se entrega na sede da PF em Boa Vista (Foto: Emily Costa/ G1 RR)
A médica Suzete Macedo de Oliveira
se entregou na Polícia Federal (PF), por volta das 10h, desta
quarta-feira (25), acompanhada pelo marido, o senador de Roraima
Telmário Mota (PDT). Ela era considerada foragida desde a sexta (20)
quando teve a prisão decretada pela Justiça.
Em entrevista ao G1, o senador Telmário Mota reafirmou
que não se envolve em assuntos relacionados ao trabalho da esposa, mas
garantiu que a defesa já recorreu do mandado de prisão. A Polícia
Federal ainda não informou onde a médica deve aguardar a decisão da
Justiça.
"Para não criar nenhum constrangimento e também por respeito à Polícia
Federal, os advogados entenderam que seria muito melhor ela [Suzete] se
apresentar e esperar a resposta dos habeas corpus que foram impetrados",
declarou Mota, acrescentando que a prisão da mulher "não foi jurídica,
mas política".
Suzete foi condenada a seis anos e oito meses de prisão por envolvimento no esquema de desvio de verbas públicas conhecido como 'escândalo dos gafanhotos'.
Sobre a mulher ter ficado cinco dias foragida, o senador afirmou que
ela só se apresentou nesta quarta porque os advogados consideraram
arbitrária o pedido de prisão.
"Quiseram criar um constrangimento. Mas agora, ela está tranquila e vai
esclarecer tudo o que houve". O senador afirmou que não soube onde ela
ficou durante os cinco dias em que esteve foragida. "Eu estava em
Brasília", declarou.
A mulher do senador teve a prisão decretada pela 2ª Vara da Justiça
Federal em Roraima a pedido do Ministério Público Federal (MPF), após
ela ter um pedido de habeas corpus negado no Tribunal Regional Federal
da 1ª Região, em Brasília.
Junto com o mandado de Suzete foram expedidos mais seis determinações. Os acusados foram presos no último dia 20.
O ex-governador Neudo Campos (PP) e marido da govenadora do estado
Suely Campos, apontado pela Polícia Federal como o líder do esquema de
desvio de verbas, também teve a prisão decretada. Ele se entregou à
Polícia Federal nessa terça, após cinco dias foragido.
'Escândalo dos Gafanhotos'
Segundo as investigações da operação Praga no Egito, no ano de 2002 foram desviados R$ 70 milhões oriundos de repasses de convênios da União ao estado de Roraima. O esquema gerou dano ao erário e enriquecimento ilícito de terceiros.
Segundo as investigações da operação Praga no Egito, no ano de 2002 foram desviados R$ 70 milhões oriundos de repasses de convênios da União ao estado de Roraima. O esquema gerou dano ao erário e enriquecimento ilícito de terceiros.
A corrupção acontecia da seguinte forma: pessoas comuns eram aliciadas
como 'gafanhotos', para que seus nomes fossem inseridos na folha de
pagamento do DER ou do estado em troca de uma ajuda financeira
irrisória. Em seguida, procuradores dos 'gafanhotos' sacavam os salários
junto à empresa e entregavam o dinheiro a deputados ou conselheiros de
contas beneficiados e designados pelo ex-governador.
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