segunda-feira, 27 de junho de 2016

GCM teria atirado quatro vezes contra carro ocupado por suspeitos de roubo na madrugada deste domingo; envolvidos no caso foram afastados e caso será investigado pelo DHPP

Estadão Conteúdo

Este é o segundo caso no mês em que agentes de segurança matam crianças envolvidas em delitos
Rafael Arbex/Estadão Conteúdo
Este é o segundo caso no mês em que agentes de segurança matam crianças envolvidas em delitos

Um menino de 11 anos foi morto pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) durante uma perseguição no bairro Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, na madrugada deste domingo (26). O guarda responsável pelos disparos foi autuado em flagrante por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), pagou fiança e vai responder às acusações em liberdade.
Este é o segundo caso em três semanas em que agentes de segurança pública matam crianças envolvidas em delitos criminosos. O primeiro, ocorrido em 2 de junho, terminou com a morte de um menino de 10 anos na Vila Andrade, zona sul. O caso ainda é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
No caso deste domingo, segundo a Polícia Civil, o menino e mais dois assaltantes estavam roubando moradores do bairro. Uma equipe da GCM composta por três guardas foi avisada por um homem que havia acabado de ser roubado pelo grupo. Eles estavam em um Chevette e foram localizados pelos guardas.
O carro não teria obedecido ao pedido de parada e começou uma perseguição. Um dos guardas atirou quatro vezes contra o carro. Os tiros acertaram o vidro traseiro e um dos pneus. O carro dos ladrões parou em uma rua próxima a uma quermesse e dois bandidos fugiram a pé.
Os frequentadores da festa notaram que uma criança estava baleada agonizando dentro do carro. O menino foi levado para um hospital da região, mas não resistiu.
O caso será investigado pelo DHPP. O delegado responsável pelas investigações apreendeu o carro dos ladrões e o encaminhou para perícia. Inicialmente, não há indícios de que os ocupantes do veículo atiraram contra os guardas. Nenhuma arma foi localizada.
A mãe do menino disse na delegacia que ele nasceu na Bahia, era usuário de drogas e envolvido com más companhias. Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que os GCMs envolvidos no caso foram afastados das funções e que sua conduta será apurada.

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