Senador potiguar do DEM teria tido ligações com Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira denunciada na Lava Jato
Por: Folha de S. Paulo
Agenda de funcionário da OAS sugere que o ex-presidente e sócio da
empreiteira, Leo Pinheiro, manteve relacionamento com empresários e
políticos de diferentes partidos, em 2014, após o início da Operação
Lava Jato.
Um caderno com anotações manuscritas de Marcos Paulo Ramalho,
apreendido em abril de 2016, traz referências a suposta conversa de
Pinheiro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O caderno sugere ainda encontro com o ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto, com o lobista Julio Camargo, Dario de Queiroz Galvão
Filho, do grupo Galvão, todos condenados na Lava Jato.
A informação foi revelada pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.
Preso pela Lava Jato, Leo Pinheiro negocia uma delação premiada com a
força-tarefa na tentativa de reduzir sua pena. Ele foi condenado a 16
anos e quatro meses.
Marcos Ramalho era secretário-executivo da OAS e foi alvo de mandado
de condução coercitiva na 26ª fase da Lava Jato, que tinha como
principal alvo o ex-senador Gim Argello.
O funcionário da empreiteira sofreu uma ação de busca e apreensão na ocasião.
De acordo com o Ministério Público Federal, ele era o responsável por gerir a agenda profissional de Pinheiro.
Nas anotações, ele faz menções aos senadores José Agripino Maia
(DEM-RN) e Ciro Nogueira (PP-PI), aos deputados Jutahy Junior (PSDB-BA),
Arlindo Chinaglia (PT-SP) e José Carlos Aleluia (DEM-BA).
O nome dos ex-deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Alfredo Sirkis (PSB-RJ) também aparecem.
Nas tratativas com os procuradores, Pinheiro afirmou que Sirkis pediu
contribuição para o caixa dois da campanha presidencial de Marina Silva
(Rede) em 2010.
Há menção ao “dr. Geddel”, possivelmente em referência a Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo Temer (PMDB).
Em diferentes passagens, há anotações referentes à tentativa de
agendamento de conversa com Lula. “Falar com a secretaria do presidente
Lula. Pedir audiência”, anotou o funcionário.
Depois, ele riscaria a linha onde se lê “presidente Lula, 17h50, na segunda-feira, OK”.
Em outra passagem, o funcionário anotou como “retornos para o Dr. Leo
-agendar com dr. Charles Capela” e, entre parênteses, que ele “não está
mais na Casa Civil”.
Chefe da assessoria especial da pasta até poucos meses antes da
anotação, Charles Capella de Abreu deixou o governo em fevereiro de 2014
para cuidar da infraestrutura da campanha à reeleição de Dilma.
Capella também atuava na Casa Civil quando o titular era Antonio
Palocci. Mais adiante, há uma anotação “Charles Capella – cancelado –
OK”.
Também há referência a um encontro cancelado com um assessor do ex-ministro Gilberto Carvalho.
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