AB:A passagem da tocha olímpica por Porto Alegre nesta quinta-feira (7) foi marcada
por uma extensa programação cultural em vários pontos da cidade. No
entanto, mesmo o ambiente festivo não impediu que duas pessoas tentassem
interferir no revezamento para apagar a chama. Ambas tiveram a ação
frustrada pelos integrantes da Força Nacional que protegiam a comitiva.
A
primeira tentativa aconteceu no momento em que a tocha chegava ao
Parque Farroupilha, no bairro Cidade Baixa. Um manifestante se aproximou
do comboio e jogou água em direção à chama olímpica, mas não acertou o
alvo. Após ser mobilizado pelos homens da Força Nacional, ele teve a
mochila revistada por policiais da Brigada Militar (BM) e foi liberado.
Pouco
depois, na Avenida João Pessoa, no mesmo bairro, outro homem tentou
jogar água na tocha olímpica, mas foi impedido pela Força Nacional. Ele
também foi entregue à BM.
Além das tentativas de apagar a chama,
grupos de manifestantes protestaram contra o governo do presidente
interino Michel Temer em alguns pontos do percurso. “Resolvi aproveitar
esse momento para manifestar o meu repúdio ao que estamos vivendo com
esse governo, que eu considero golpista. Eu também tenho críticas ao
governo Dilma, mas não esperava que o Temer fosse agir tão rápido para
acabar com tantos direitos e conquistas sociais”, disse a socióloga
Eliane Carmanim Lima. Ela protestou com cartazes e com uma tocha de
papel com inscrições contra o presidente interino.
Protestos também marcaram a passagem da tocha olímpica por Porto Alegre
Atraso
O
revezamento da tocha estava previsto para começar às 15h15, mas apenas
às 17h20 ela deixou o Parque Moinhos de Vento para começar o percurso de
15 quilômetros na capital gaúcha. Mesmo com o atraso, milhares de
pessoas permaneceram ao longo do percurso pré-definido à espera da
passagem da comitiva.
O vigilante Marco Aurélio Gomes era uma
dessas pessoas. Na beira da calçada, ele aguardava com os netos a
chegada da tocha olímpica: “Como eu gosto muito de esportes, eu trouxe a
criançada para acompanhar e conhecer um pouco desse espírito olímpico.
Essa vai ser a primeira Olimpíada que eles vão poder ver”. O vigilante
disse que espera que os Jogos Olímpicos ajudem a restaurar um clima de
paz no Brasil.
A administradora Graziela Ilha disse que é
possível aproveitar a passagem da tocha sem perder a visão crítica dos
acontecimentos. “É pela história do fogo olímpico e tudo que isso
envolve, porque pelo momento político eu acho que não era a hora e nem o
jeito certo. Mesmo assim, a gente está separando a política do esporte
para prestigiar esse evento, que vai demorar muito para voltar para o
nosso país”, disse.
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