sexta-feira, 8 de julho de 2016

Homenagens e protestos marcam passagem da tocha olímpica por Porto Alegre

AB:A passagem da tocha olímpica por Porto Alegre nesta quinta-feira (7) foi marcada por uma extensa programação cultural em vários pontos da cidade. No entanto, mesmo o ambiente festivo não impediu que duas pessoas tentassem interferir no revezamento para apagar a chama. Ambas tiveram a ação frustrada pelos integrantes da Força Nacional que protegiam a comitiva.
A primeira tentativa aconteceu no momento em que a tocha chegava ao Parque Farroupilha, no bairro Cidade Baixa. Um manifestante se aproximou do comboio e jogou água em direção à chama olímpica, mas não acertou o alvo. Após ser mobilizado pelos homens da Força Nacional, ele teve a mochila revistada por policiais da Brigada Militar (BM) e foi liberado.
Pouco depois, na Avenida João Pessoa, no mesmo bairro, outro homem tentou jogar água na tocha olímpica, mas foi impedido pela Força Nacional. Ele também foi entregue à BM.
Além das tentativas de apagar a chama, grupos de manifestantes protestaram contra o governo do presidente interino Michel Temer em alguns pontos do percurso. “Resolvi aproveitar esse momento para manifestar o meu repúdio ao que estamos vivendo com esse governo, que eu considero golpista. Eu também tenho críticas ao governo Dilma, mas não esperava que o Temer fosse agir tão rápido para acabar com tantos direitos e conquistas sociais”, disse a socióloga Eliane Carmanim Lima. Ela protestou com cartazes e com uma tocha de papel com inscrições contra o presidente interino.
Protestos também marcaram a passagem da tocha olímpica por Porto AlegreDaniel Isaia/Agência Brasil

Atraso
O revezamento da tocha estava previsto para começar às 15h15, mas apenas às 17h20 ela deixou o Parque Moinhos de Vento para começar o percurso de 15 quilômetros na capital gaúcha. Mesmo com o atraso, milhares de pessoas permaneceram ao longo do percurso pré-definido à espera da passagem da comitiva.
O vigilante Marco Aurélio Gomes era uma dessas pessoas. Na beira da calçada, ele aguardava com os netos a chegada da tocha olímpica: “Como eu gosto muito de esportes, eu trouxe a criançada para acompanhar e conhecer um pouco desse espírito olímpico. Essa vai ser a primeira Olimpíada que eles vão poder ver”. O vigilante disse que espera que os Jogos Olímpicos ajudem a restaurar um clima de paz no Brasil.
A administradora Graziela Ilha disse que é possível aproveitar a passagem da tocha sem perder a visão crítica dos acontecimentos. “É pela história do fogo olímpico e tudo que isso envolve, porque pelo momento político eu acho que não era a hora e nem o jeito certo. Mesmo assim, a gente está separando a política do esporte para prestigiar esse evento, que vai demorar muito para voltar para o nosso país”, disse.

 

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