O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello
concedeu liminar (decisão provisória) nesta segunda-feira (5) para
afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.
O ministro atendeu a pedido do partido Rede Sustentabilidade
e entendeu que, como Renan Calheiros virou réu no Supremo, não pode
continuar no cargo em razão de estar na linha sucessória da Presidência
da República.
"Defiro a liminar pleiteada. Faço-o para afastar não do exercício do
mandato de Senador, outorgado pelo povo alagoano, mas do cargo de
Presidente do Senado o senador Renan Calheiros. Com a urgência que o
caso requer, deem cumprimento, por mandado, sob as penas da Lei, a esta
decisão", afirma o ministro no despacho.
O G1 procurou a assessoria de Renan Calheiros e aguardava posicionamento até a última atualização desta reportagem.
O plenário do STF ainda terá de se manifestar para dar uma decisão
final sobre o caso, o que não tem data para ocorrer. Renan Calheiros
ainda poderá recorrer da decisão de Marco Aurélio.
Réu no STF
Na semana passada, o plenário do Supremo decidiu, por oito votos a três, abrir ação penal e tornar Renan réu pelo crime de peculato (apropriação de verba pública).
Na semana passada, o plenário do Supremo decidiu, por oito votos a três, abrir ação penal e tornar Renan réu pelo crime de peculato (apropriação de verba pública).
Segundo o STF, há indícios de que Renan fraudou recebimento de
empréstimos de uma locadora de veículos para justificar movimentação
financeira suficiente para pagar pensão à filha que teve com a
jornalista Mônica Veloso.
A Corte também entendeu que há indícios de que Renan Calheiros usou
dinheiro da verba indenizatória que deveria ser usada no exercício do
cargo de Senador para pagar a locadora, embora não haja nenhum indício
de que o serviço foi realmente prestado.
Réu na linha de sucessão
Antes, em novembro, o Supremo começou a julgar ação apresentada pela Rede sobre se um réu pode estar na linha sucessória da Presidência.
Antes, em novembro, o Supremo começou a julgar ação apresentada pela Rede sobre se um réu pode estar na linha sucessória da Presidência.
Para seis ministros, um parlamentar que é alvo de ação penal não pode ser presidente da Câmara ou presidente do Senado porque é inerente ao cargo deles eventualmente ter que assumir a Presidência.
O julgamento, porém, não foi concluído porque o ministro Dias Toffoli pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso.
Apesar de o julgamento não ter sido concluído, a Rede argumentou no
pedido de afastamento de Renan que isso não impedia Marco Aurélio Mello
de analisar a liminar. O partido lembrou que isso já aconteceu em outros
casos, de um ministro pedir vista sobre um tema e outro conceder
liminar sobre o mesmo tema.
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