Em 2012, a mulher teve uma doença de pele que, segundo os médicos,
resultou na elefantíase, doença parasitária infecciosa que causa inchaço
e engrossamento da pele.
Valdízia vive apenas com a ajuda de um auxílio saúde, no valor de um
salário mínimo, e utiliza o dinheiro para pagar o aluguel e a medicação
que precisa. Parte dos remédios é cedida pelo município, mas a mulher
conta que nem sempre os medicamentos chegam.
Ela afirma que está há oito meses sem receber a medicação e chora ao
falar como tem sido a rotina com a doença. "Sou evangélica e falo com
Deus que não quero nada, somente as minhas pernas de volta. Não quero
mais casa, porque eu já tive casa e por causa da enfermidade tive que
vender. Eu só peço a Jesus que eu possa poder andar, para eu cuidar da
minha netinha", destacou.
A mulher conta que precisa de um tratamento que não é oferecido na
cidade onde mora. "O que estou tentando conseguir agora é uma ajuda da
comunidade para que eu possa chegar até São Paulo", afirmou. Vizinhos e
parentes da mulher, sensibilizados com a situação, decidiram fazer uma
campanha para ajudar a dona de casa.
"Eu saio com o carro de som pelas ruas da cidade pedindo ajuda para a
comunidade. Estamos na luta", afirmou o radialista Ronaldo Santos.
Enquanto a mãe não consegue se locomover, a filha de Valdízia, de 19
anos, é quem cuida dela. "Para resolver coisa na rua, dentro de casa,
tudo sou eu. É bem cansativo", disse Andreza Mota.
O secretário de saúde da cidade, Thiago Cerqueira, admitiu que nem
sempre a medicação completa é repassada para a dona de casa e alegou que
o município sofre com problemas financeiros. "Nós temos passado por uma
crise financeira nacional. Realmente, as vezes falta, mas nós
viabilizamos logo quando falta e corremos atrás para providenciar para
que ela não fique em falta", declarou.
Cerqueira disse, ainda, que nos últimos dois anos não recebeu nenhum
documento médico com pedido a não ser o da medicação para a dona de
casa. Por conta disso, segundo ele, a dona de casa não foi incluída no
sistema de regulação para tratamento em outra cidade. O secretário, no
entanto, se comprometeu a disponibilizar um médico para avaliar a
situação da mulher e dar sequência ao tratamento. "Eu posso fazer o
pedido e posso trazê-lo para que ele faça uma avaliação da paciente",
afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário