A
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia,
sinalizou a senadores que a Corte não deve se envolver, pelo menos por
enquanto, na crise política causada pelas revelações da delação dos
empresários do grupo J&F.
Uma matéria publicada no site
institucional do STF relata o encontro que a ministra teve na manhã
desta quinta-feira, 25, com parlamentares da oposição, e diz que Cármen
afirmou que “a hora é de serenidade, de calma e de cumprimento da lei”.
O
site afirma ainda que os senadores haviam solicitado o encontro para
falar das ações apresentadas na véspera contra o decreto do presidente
Michel Temer, que convocou as Forças Armadas para atuar em Brasília
durante a manifestação de quarta-feira, mas que, como o ato foi revogado
no momento em que os senadores estavam no Supremo, “as conversas se
voltaram para as questões atuais”.
A notícia diz que entre os
temas tratados, o grupo abordou “a grave crise política” e que a “a
ministra lembrou, no entanto, que o Judiciário não é um espaço
político”. “Aqui é uma Casa em que aplicamos o direito”, teria dito ela.
A
presidente do STF também teria afirmado que, neste momento, é
importante que todos ajam com prudência e racionalidade. “Ou o Brasil se
salva com a Constituição, ou vamos ter mais problemas”, disse.
Crise
Não
é comum o site institucional do Supremo divulgar conversas que a
presidente tem em reuniões privadas, que costumam ser fechadas para a
imprensa. Desde a semana passada, a presidente do STF e demais ministros
da Corte têm evitado se manifestar sobre a crise que ameaça tirar Temer
da Presidência.
Nessa quarta-feira, 24, Cármen decidiu continuar a
sessão do plenário mesmo após ser avisada de que os protestos na
Esplanada haviam saído do controle. Enquanto bombas eram jogadas e
prédios eram depredados, os ministros debatiam questões tributárias.
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