O Governo do Rio Grande do Norte decretou, por mais 180 dias, a
situação de emergência por causa da seca em 153 municípios do Estado. O
assunto foi tema de pronunciamento da deputada Márcia Maia (PSDB)
durante sessão plenária na Assembleia Legislativa nesta terça-feira
(19), que cobrou do Governo um plano de convivência com a seca.
“Pude comprovar a grave situação de estiagem durante três dias que
viajei pela região Oeste. Os principais problemas são a seca, saúde e
segurança pública. A seca é um fenômeno natural e precisamos conviver
com ela. O Governo precisa de um plano de convivência com a estiagem,
que seja real, que contemple as diferentes realidades dos municípios,
das regiões, das diferenças geográficas de nosso Estado. Esse é o nono
decreto de emergência para a situação de estiagem que já dura quase 6
anos seguidos”, disse Márcia Maia.
A parlamentar falou ainda que dos 47 reservatórios do Rio Grande do
Norte monitorados no primeiro semestre de 2017, 11 estão secos e 18
estão em volume morto, levando-se a considerar a situação hídrica atual
do Rio Grande do Norte como crítica.
De acordo com o decreto, estima-se que o setor agropecuário venha
sofrendo, anualmente, uma perda de receita da ordem de mais de R$ 4
bilhões por causa da estiagem. "Mesmo diante desse cenário, os
agricultores do Rio Grande do Norte permanecem à mercê de apoio
governamental", acrescentou.
Márcia ressaltou que apenas 14 cidades do RN não estão em estado de
emergência. “Essa é uma situação de profundo colapso que afeta a
economia e a qualidade de vida das pessoas e a Operação Vertente, do
Governo do Estado, é apenas um paliativo para levar caminhões-pipa para
cidades do Rio Grande do Norte em colapso”.
A deputada apontou ainda algumas alternativas de convivência com a
seca, como a instalação de cisternas e destaca que não há planejamento
do uso dos recursos hídricos no Brasil e no Nordeste. “É fundamental
avaliar as possibilidades técnicas de se resolver as coisas. Água é um
bem natural finito e tem que ser usado com muita cautela. Por isso, o
próprio Governo do Estado pode apresentar projetos e culturas, promover
processos de capacitação e qualificação em larga escala para que os
produtores possam atuar em culturas capazes de conviver com a seca”.
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