Solto pela Justiça Federal após negociar, com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, uma delação premiada
que pode complicar ainda mais a situação do ex-ministro Henrique
Eduardo Alves (PMDB), o empresário Fred Queiroz aparece em um vídeo,
gravado durante uma confraternização de amigos, enaltecendo as
qualidades do então aliado.
No vídeo, provavelmente filmado no
final do ano de 2014 no que parece ser um encontro para troca de
presentes de “amigo secreto”, tradicional encontro natalino, Fred segura
uma embalagem de presente e lista as características de uma pessoa –
que, mais à frente, ele revela ser Henrique.
Para o empresário, a
principal virtude de seu amigo é ser “fiel”. “(…) Consegue juntar ao seu
lado pessoas fieis, porque ele é fiel. Só consegue ter fidelidade quem é
fiel com os outros, e a vida toda ele foi fiel”, conta Fred, em clima
descontraído.
Fred também cita a importância do ex-ministro para
todos os presentes e ainda o compara a Robinson Faria. “Para mim, é
muito gratificante, primeiro porque ele é a razão disso tudo aqui [se
referindo à reunião entre amigos]. Talvez o governador eleito não tenha
tido essa oportunidade, nesse final de ano, de ter isso aqui… Não sei. É
aquela história: quem é fiel e faz pelos outros tem a fidelidade. (…)”,
acrescenta.
Em outro trecho, o diretor da Prátika Locações –
empresa apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) como participante
de um suposto esquema de lavagem de dinheiro obtido ilicitamente pela
campanha de Henrique ao Governo do Estado em 2014 – diz que o
peemedebista é “viciante”. “Eu digo que Henrique é viciante porque
quanto mais a gente convive, mais a gente quer conviver com ele, mais a
gente admira, mais a gente gosta. Até a forma como ele tem se portado
ultimamente… Ele está uma pessoa divertida realmente, mais leve, ele
está uma pessoa mais atenta”, elogia.
DELAÇÃO
Preso
preventivamente no dia 6 de junho na operação Manus, Fred Queiroz teria
mediado, segundo o MPF, o recebimento de propina para Henrique em 2014,
lavado o dinheiro com a sua empresa (que prestou serviços no período
eleitoral) e distribuído os recursos com aliados da campanha.
Ele,
que no vídeo exalta a fidelidade do correligionário do correligionário,
foi liberado dias depois ao negociar a delação premiada – colaboração
que pode prejudicar e muito o quadro jurídico de seu amigo Henrique, que
permanece preso na Academia de Polícia Militar, em Natal.
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