sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Denuncia: Convenção que retirou Henrique do PMDB foi armação para tentar tirá-lo da prisão

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Em conversa interceptada pela Polícia Federal com autorização judicial, Andressa de Azambuja Alves Steinmann, filha de do ex-ministro do Turismo Henrique Alves (PMDB), diz que a convenção do último dia 20 de outubro, que passou a presidência do partido no Rio Grande do Norte de seu pai para o senador Garibaldi Alves (PMDB), era uma estratégia com o intuito de derrubar a prisão preventiva que mantém Henrique encarcerado na Academia de Polícia Militar do Rio Grande do Norte desde 6 de junho. De acordo com Andressa, como Henrique deixaria de ser presidente da sigla, não mais poderia ser acusado de exercer influência sobre os membros do PMDB, o que – em teoria – o livraria da cadeia.
Investigado por ter sido supostamente beneficiado por esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal para a cobrança de propina na liberação de recursos do fundo de investimentos do FI-FGTS, Henrique teve uma conta bancária sua na Suíça movimentada com valores suspeitos. Na ligação interceptada entre Andressa e uma mulher não identificada, a filha do ex-presidente da Câmara dos Deputados se mostra confiante de que o pai é inocente acerca desta suspeita, o que deixaria sobrando apenas a acusação do exercício de influência dentro do PMDB.
“E agora uma notícia boa também… porque o motivo da prisão aqui do Babau… era que meu pai tinha influência no partido… só que dia 20 agora ele vai sair do PMDB, ele não vai ser mais nada, cargo nada, nada que (inaudível), entendeu? E aí… não vai ter o motivo da prisão, porque a prisão… era que ele influenciava, tinha influência, que ele num sei o quê… mas ele saindo, não sendo mais do PMDB, não sendo mais nada… não tem motivo para a prisão daqui, entendeu?”, diz Andressa na ligação interceptada às 19h24 do dia 18 de outubro, dois dias antes da convenção que retirou Henrique oficialmente da presidência do PMDB.
Ainda na conversa telefônica, Andressa conta à receptora da ligação como é o dia a dia de Henrique na prisão. O ex-ministro do Turismo tem seu cabelo pintado por uma moça chamada Rita, que também é responsável por fazer sua barba na cadeia. “Gordinho”, Henrique também conseguiu que um juiz deixasse ele ter acesso a uma televisão e visitações da própria Andressa aos sábados e domingos, das 13h às 17h. Do ponto de vista da filha de Henrique, as regalias são melhores que a de outros detentos em situação similar.
A filha de Henrique Alves, todavia, explica em sua conversa que a única reclamação que o pai vem tendo na prisão é a falta de um chuveiro elétrico que forneça água quente. A água fria do prédio tem deixado o ex-ministro irritado.
Preso em 6 de junho, Henrique Alves é alvo da Polícia Federal e do Ministério Público, que investiga esquema de desvios de recursos e pagamento de propinas nas obras da Arena das Dunas, em Natal. A Justiça Federal do Distrito Federal também expediu pedido em que pede apuração de fraudes no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), das quais Henrique teria conexão. A prisão dele foi fruto da chamada “Operação Manus”.
No último 26 de outubro – oito dias após a ligação de Andressa, que tinha a esperança de que com a saída de Henrique do PMDB ele também sairia da cadeia -, assessores do ex-ministro foram presos em decorrência da Operação Lavat, que apura a denúncia de que Henrique, mesmo preso, estaria comandando pessoas a continuar lavando dinheiro e ocultando patrimônios.
Fonte: Portal Agora RN.

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