Após o juiz Sergio Moro determinar que se entregue à Polícia
Federal em Curitiba até as 17h desta sexta-feira, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, em entrevista ao
jornalista Kennedy Alencar, da “Rádio CBN”, que sua prisão é “absurda” e
“sonho de consumo” de Moro e de pessoas que querem vê-lo passar “um dia
preso”. Segundo o comentarista, o ex-presidente afirmou ainda que
aguardará as orientações de seus advogados sobre se irá se apresentar
amanhã à PF.
Lula criticou, de acordo com a “CBN”, que Moro não aguardou o fim do
julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e que
haveria um recurso a ser julgado até o dia 9 de abril. Para Lula, o juiz
da 13ª Vara Federal de Curitiba estaria agindo politicamente para
impedir seu direito de defesa.
Para o ex-presidente, Moro decidiu pela ordem de prisão em reação
à liminar apresentada pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro,
conhecido como Kakay, no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar sua
prisão e de outros réus que possam ir para a cadeia sem que o processo
tenha transitado em julgado. O pedido deve ser analisado pelo ministro
Marco Aurélio Mello, que relata uma ação declaratória de
constitucionalidade sobre a possibilidade de prisão em segunda
instância.
Após ficar sabendo da ordem de prisão, o ex-presidente saiu de carro
do Instituto Lula e foi até o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São
Bernardo do Campo (SP), onde participa de um ato em sua defesa.
Na ordem de prisão, Moro vedou a utilização de algemas em qualquer
hipótese e informou que foi preparada uma sala reservada, espécie de
“sala de Estado Maior”, na própria Superintência da Polícia Federal,
para início do cumprimento da pena. Nela, Lula ficará separado dos
demais presos, “sem risco para a integridade moral ou física”.
Os detalhes da apresentação de Lula, de acordo com a decisão do juiz,
deverão ser combinados diretamente entre a defesa e o delegado Maurício
Valeixo, superintendente da Polícia Federal no Paraná.
O Globo
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