Em compromisso fora da agenda
oficial, o presidente Michel Temer recebeu a cúpula do Judiciário no
Palácio da Alvorada para discutir o reajuste dos ministros do STF
(Supremo Tribunal Federal).
Temer recebeu na noite dessa quinta-feira (23) os ministros Dias
Toffoli e Luiz Fux, ambos do STF e favoráveis ao aumento dos subsídios
dos atuais R$ 33,7 mil para R$ 39 mil mensais. Os dois assumirão no mês
que vem a presidência e a vice da corte. A atual presidente, ministra
Cármen Lúcia, foi convidada e não compareceu. Ela é contrária ao
aumento.
Por parte do Executivo, participaram do encontro também a
advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o ministro de Direitos
Humanos, Gustavo Rocha, que acumula a subchefia de assuntos jurídicos da
Casa Civil.
De acordo com pessoas presentes na reunião, os
ministros do Judiciário defenderam o aumento e repetiram a Temer o mesmo
argumento usado para convencer os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Eles sugerem que a
aprovação de um projeto que acaba com auxilio moradia, pelo Congresso,
zeraria o impacto do reajuste de 16,38% no Orçamento de 2019.
Fux é
relator de uma ação no Supremo que pode por fim ao auxílio moradia. O
assunto estava pautado para julgamento em 22 de março, mas foi retirado
na véspera por decisão do ministro.
A proposta de aumento foi
aprovada pelos ministros do STF e encaminhada ao Executivo, que tem até o
fim deste mês para enviar o projeto de Orçamento do ano que vem ao
Congresso.
Para que a elevação dos salários passe a valer em 2019,
ela tem de ser aprovada pelos parlamentares. Depois, segue para a
sanção presidencial.
Caso seja aprovado, haverá efeito cascata,
aumentando os salários de outros servidores do Poder Judiciário e dos
demais poderes, já que se trata do teto do funcionalismo público.
Além disso, algumas categorias têm seus reajustes atrelados aos dos ministros.
O
pedido enfrenta resistência da equipe econômica. O aumento acontece num
momento em que o governo tem dificuldades para fechar as contas
públicas no azul. A estimativa é de deficit de R$ 139 bilhões para 2019.
Depois do fim do encontro, a Secretaria de Comunicação confirmou a
lista de participantes e esclareceu que técnicos do Executivo e do
Judiciário se reunião na sexta-feira (24) para discutir o tema.
Com
informações da Folhapress.
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