Após incêndio, Macron afirma que vai enviar especialistas franceses ao
Rio para contribuir para a reconstrução do prédio e do acervo. Berlim
lamenta "perda imensurável" e diz estar em contato com autoridades
brasileiras.Os governos da Alemanha e da França anunciaram esforços para
contribuir para a recuperação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro,
após o incêndio que destruiu grande parte de seu acervo - obras essas
que contavam uma parcela importante da história antropológica e
científica da humanidade.
Na terça-feira (04/09) em Berlim, a secretária de Cultura do
Ministério do Exterior alemão, Michelle Müntefering, afirmou que seu
escritório já está em contato com autoridades brasileiras e com a
diretoria do museu para "ajudá-los a lidar com essa catástrofe".
Müntefering também declarou que os alemães planejam auxiliar o Rio de
Janeiro na "recuperação, proteção e restauração de documentos e
artefatos" que pertenciam ao Museu Nacional e foram alvo das chamas no
último domingo.
"A destruição do acervo único do museu é uma perda e um prejuízo
imensurável ao Brasil e a todo o mundo", afirmou a secretária de Estado.
Um dia antes, o presidente da França, Emmanuel Macron, já havia
oferecido a ajuda de especialistas franceses em arte para contribuir
para a reconstrução do Museu Nacional - o mais antigo do Brasil e, até
então, o quinto maior do mundo em acervo.
"O incêndio no museu do Rio é uma tragédia. É a história e uma
importante memória reduzidas a cinzas. A França vai colocar seus
especialistas a serviço do povo brasileiro para contribuir para a
reconstrução", afirmou Macron no Twitter.
A ministra da Cultura da França, Françoise Nyssen, detalhou em
comunicado que ofereceu ao embaixador brasileiro em Paris "todo o
conhecimento dos agentes do Ministério da Cultura em aspectos de
museografia, conservação e gestão de coleções e arquivos".
Ela disse ainda que "as equipes dos museus franceses estão à inteira
disposição das equipes brasileiras, em coordenação com os serviços da
Embaixada da França no Brasil".
Segundo o Ministério da Cultura francês, o incêndio significa, "tanto
para o Brasil como para os pesquisadores de todo o mundo, o maior
desastre para o conhecimento da história" do país latino-americano e
para a compreensão de sua "diversidade cultural e natural".
"Todos os arquivos científicos foram destruídos, sendo alguns de
interesse patrimonial e científico de grande importância, como o fóssil
de Luzia, o mais antigo hominídeo descoberto no Brasil em 1974 graças a
uma equipe franco-brasileira", afirmou o ministério em nota.
O incêndio no Museu Nacional, localizado no palácio que abrigou tanto
a família real portuguesa quanto a brasileira, começou na noite de
domingo por circunstâncias ainda não esclarecidas. Seu acervo sofreu
danos ainda incalculáveis, mas se sabe que boa parte foi destruída.
Com 200 anos de existência recém-completados, o museu é administrado
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 1946. O
edifício principal, o acervo arqueológico e nove pergaminhos judaicos
que faziam parte da coleção são tombados pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Nenhum comentário:
Postar um comentário