A Penitenciária Federal de Brasília conta com 208 celas individuais, distribuídas pelos quatro blocos em 12.300 metros quadrados
Agência Brasil
Ao inaugurar parcialmente a quinta penitenciária
federal do Brasil, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann,
afirmou que a questão prisional é o principal problema da Segurança
Pública, mas tem sido ignorada durante a campanha presidencial. A fala
do ministro foi dada durante a solenidade realizada ontem, em Brasília,
para inaugurar apenas uma das quatro alas da penitenciária federal, que
terá capacidade para 208 presos.
Instalada em uma área de 12,3 mil metros quadrados, a penitenciária
vai abrigar presos condenados e provisórios que tenham relação com
facções criminosas e, ainda, réus colaboradores que corram risco de
morrer no sistema estadual. A unidade ainda terá espaço para receber
brasileiros extraditados de outros países. A ala inaugurada terá
capacidade para 52 detentos, mas não se sabe quais presos serão
transferidos para lá.
"A questão prisional é o maior problema da segurança pública. São 720
mil apenados, número que cresce 8,3% ao ano, e 70 facções criminosas,
entre grandes e pequenas, que comandam o crime de dentro dos presídios.
Mas esse tema não dá voto. Da porta para dentro da cadeia, a sociedade
não se preocupa mais", afirmou o ministro.
Custo
A construção da nova penitenciária custou cerca de R$ 40 milhões, e
outros R$ 5 milhões foram investidos em equipamentos. No início de seu
discurso, Jungmann pediu um minuto de silêncio em nome dos agentes
penitenciários federais assassinados por facções criminosas. O ministro
sugeriu que a de Brasília seja batizada com o nome de algum dos agentes
mortos pelo crime organizado.
Segundo o ministro, o sistema prisional brasileiro, majoritariamente
estadual, é comandado pelas facções que o transformaram em um escritório
do crime. No entendimento de Jungmann, como o Estado não consegue
garantir a vida dos detentos, esses grupos organizados exercem essa
função. "Estamos recrutando integrantes para as facções e estamos
graduando esses criminosos", afirmou o ministro.
Jungmann também abordou a necessidade de mudança de lei para evitar
que os detentos em presídios federais consigam se comunicar e repassar
ordem para integrantes das facções que estão fora.
A Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil analisa um projeto
para liberar a gravação de conversas entre detentos de penitenciárias
federais e seus advogados.
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